
O Programa Bolsa Família em Picos-PI atende atualmente cerca de 12 mil famílias em situação regular, segundo a coordenadora do Cadastro Único e do programa no município, Railda de Sousa. Em entrevista, ela detalhou os procedimentos diários, os desafios enfrentados e as estratégias adotadas para garantir que o benefício chegue a quem realmente precisa.
“O Bolsa Família trabalha através da análise socioeconômica da família brasileira. Todos os dias recebemos pessoas para fazer o Cadastro Único, que é a porta de entrada para os programas sociais do governo federal”, explicou Railda.
A coordenadora ressaltou que o processo de avaliação é contínuo e exige atenção constante da equipe. “É ativo, é sempre ativo, porque não para. A maioria das famílias vive de aluguel, muitas enfrentam instabilidade no trabalho. Por isso, é essencial manter o cadastro atualizado”, disse.
Atualização obrigatória e risco de bloqueio
Railda alertou que o cadastro deve ser atualizado a cada dois anos. Caso contrário, o benefício pode ser bloqueado. “Mudou o telefone, mudou o endereço, saiu ou entrou alguém na família — tudo isso precisa ser informado. Uma família pode ser composta até por um amigo que mora junto. É uma composição familiar”, esclareceu.
Cadastros indevidos e herança do auxílio emergencial
Um dos principais gargalos enfrentados pelo programa em Picos é o número elevado de cadastros unipessoais — famílias compostas por apenas uma pessoa — que não se enquadram nos critérios atuais. “Temos cerca de oito mil famílias unipessoais, uma herança do programa auxílio emergencial. Muitas não preenchem os requisitos e acabam prejudicando quem realmente precisa”, afirmou.
Para enfrentar esse problema, a equipe realiza ações de busca ativa, visitando residências e verificando as condições reais dos beneficiários. “Estamos buscando e resolvendo. A fiscalização é diária. O formulário do programa analisa todo o perfil da família, social e financeiro”, garantiu Railda.
Condicionalidades e dignidade
Além da transferência de renda, o Bolsa Família exige o cumprimento de condicionalidades nas áreas de saúde e educação. “A presença do aluno na escola, as vacinas em dia, o acompanhamento da saúde da mulher — tudo isso é monitorado. O objetivo é dar dignidade às pessoas”, destacou.
Railda também reforçou o papel da Secretaria do Trabalho e Assistência Social na execução do programa. “Estamos fazendo o possível para que as políticas públicas cheguem à população. O Bolsa Família não é uma simples transferência de renda. É uma busca por oportunidade”, concluiu.




