De janeiro a maio de 2025, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) registrou 6.345 boletins de ocorrência relacionados à violência contra idosos no estado. O número se aproxima dos 6.462 registros feitos em 2024.

Segundo a delegada Cassandra de Moraes Souza, titular da Delegacia de Proteção ao Idoso em Teresina (PI), o aumento dos registros não significa, necessariamente, mais casos de violência, mas sim uma maior disposição das pessoas em denunciar.

De acordo com dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, a negligência é a principal forma de violência sofrida pelos idosos no Brasil, representando 17,51% das denúncias feitas em 2024. Em seguida, aparecem a exposição ao risco à saúde (14,68%), a tortura psíquica (12,89%) e os maus-tratos (12,20%). A maioria dos casos de violência ocorrem no próprio ambiente familiar.

A delegada alerta para um outro tipo de violência que também vem crescendo nos últimos anos: os golpes financeiros. Um dos golpes mais comuns em 2025 consiste em obter uma selfie do idoso, muitas vezes sob o pretexto de uma "prova de vida". Com a imagem, os golpistas conseguem abrir contas ou contrair empréstimos.

“Por vezes, o idoso não sabe que aquela foto selfie que está fornecendo é a assinatura eletrônica dele. Às vezes, esse idoso está sozinho em casa e chega um estranho se passando por um servidor público, alegando que está realizando uma prova de vida. O estelionatário pede os dados para fazer uma suposta atualização, tira a foto do idoso e, pronto, começa a aplicar os golpes. Por isso é importante que os familiares orientem esse idoso, para que ele não forneça seus dados para estranhos”, comenta a delegada.

As principais formas de agressões são:

• Violência psicológica e moral: humilhações, xingamentos e agressões verbais;

• Abandono: o isolamento social forçado e a ausência de cuidados básicos;

• Violência física: agressões e maus-tratos;

• Violência sexual: qualquer ato sexual sem o consentimento do idoso;

• Violência patrimonial e financeira: uso indevido de bens, benefícios e rendimentos;

• Negligência: ausência de cuidados essenciais, como alimentação, higiene e medicação;

• Violência institucional: omissões ou abusos em instituições públicas ou privadas.