A placenta, um material que costuma ser descartado nos partos, pode agora ser usado como curativo para queimaduras de pele. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS recomendou a adoção do curativo nos hospitais do país. A técnica já é usada em vários países, mas só era autorizada no Brasil para pesquisa.
Em uma cirurgia, no Hospital das Clínicas de São Paulo, os médicos usaram um curativo biológico para cobrir uma queimadura de um homem que sofreu uma descarga elétrica. O material usado foi uma membrana amniótica retirada da placenta.
Quando colocado em cima da queimadura, o material funciona como uma barreira de proteção contra microorganismos, como bactérias. A membrana também tem propriedades que ajudam a acelerar a cicatrização. O curativo dura até 14 dias, ou seja, mais tempo do que os curativos comuns.
Com a liberação do procedimento pelo SUS os médicos dizem que vai ser possível ampliar em até 4 vezes os estoques de membrana amniótica. A comunidade médica agora espera que o Ministério da Saúde estabeleça as regras para o uso do curativo e também para as doações desse material.
O curativo só vai estar disponível depois que o ministério divulgar a regulamentação, definindo, por exemplo, quem vai receber o tratamento e quais os critérios para doar a membrana amniótica.