O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, pela primeira vez, dados que revelam a prevalência do autismo no Brasil, destacando o elevado número de crianças diagnosticadas com a condição no estado do Piauí. Essa iniciativa representa um avanço significativo para compreender a realidade do autismo no país e para a formulação de políticas públicas mais eficazes.
Segundo o coordenador de comunicação do IBGE no estado, Eider Mendes, a ausência de dados concretos sobre o autismo dificultava ações voltadas à população autista. "Não havia, de maneira alguma, um retrato da situação do autismo, seja pelo Ministério da Saúde ou pelas secretarias estaduais de Saúde. Agora, com esses números, o Governo Federal, Estadual e Municipal poderão criar políticas mais assertivas para essa parcela da população", afirmou Mendes em entrevista ao Portal Grande Picos.
Os dados revelam que a maior prevalência do diagnóstico ocorre entre crianças e adolescentes de até 14 anos. Mendes enfatiza a importância da detecção precoce para garantir acesso rápido ao suporte necessário. "Quanto mais cedo se tiver esse diagnóstico, mais cedo será possível buscar ajuda nos órgãos de saúde estatais para garantir melhores condições para essas crianças", destacou.
Além do impacto na área da saúde, os números levantam questões sobre a inclusão escolar e social das crianças autistas. Especialistas apontam que, com uma base estatística sólida, será possível avançar em políticas educacionais que melhorem o suporte oferecido nas escolas. Projetos de capacitação de professores, adequação de materiais didáticos e ambientes escolares são algumas das medidas que podem ser fortalecidas com os dados divulgados pelo IBGE.
O levantamento do IBGE revelou que 43,52% das pessoas com TEA estão inseridas no sistema educacional, um índice superior à média da população total do estado (26,12%). Entre os homens autistas, 51,26% frequentam instituições de ensino, enquanto entre as mulheres o percentual é de 31,5%. Especialistas indicam que, com uma base estatística sólida, como capacitação de profissionais da educação e adequação dos materiais didáticos podem fortalecer o aporte educacional de pessoas com autismo.
CONFIRA A ENTREVISTA COM EIDER MENDES