O Piauí ocupa a segunda posição nacional em número de pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes, de acordo com os dados mais recentes do Projeto Mapear, da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Ao todo, foram identificados 2.496 locais com algum nível de risco nas rodovias federais que cortam o estado. Desse total, 142 pontos foram classificados como de alto risco, e 19 como pontos críticos. O Piauí está atrás apenas de Minas Gerais, que lidera com 3.581 pontos identificados.
Os dados analisados são do período de 2023-2024. O mapeamento tem como objetivo identificar áreas vulneráveis nas rodovias federais para prevenir e combater a exploração sexual de menores. No total, o Projeto registrou 17.687 pontos de vulnerabilidade em todo o Brasil, com destaque para a região Nordeste, que concentra o maior número de casos: 6.532.
A maior parte dos pontos vulneráveis está em áreas urbanas. Os locais mapeados incluem bares, hotéis, postos de combustíveis e outros estabelecimentos comerciais ao longo das estradas. O Projeto Mapear existe desde 2003 e é uma das principais fontes de informação sobre a exploração sexual de menores nas rodovias federais.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) classificou os pontos mapeados de acordo com a gravidade das vulnerabilidades encontradas, dividindo-os em quatro categorias distintas. O objetivo é identificar a intensidade do risco e adotar medidas adequadas de prevenção e combate à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais.
As categorias estabelecidas são:
Baixo risco: Locais com poucos ou nenhum indicativo de vulnerabilidade imediata, mas que ainda assim requerem monitoramento preventivo.
Médio risco: Áreas onde existem fatores que podem favorecer a exploração sexual, embora não haja confirmação de ocorrências frequentes.
Alto risco: Locais com fortes indicadores de risco, como presença de prostituição adulta, falta de segurança, baixa iluminação e movimentações suspeitas envolvendo menores.
Crítico: Pontos com a maior concentração de fatores de risco, onde há alta probabilidade de exploração sexual infantil ocorrer de forma recorrente.
Apesar do aumento de mais de 83% no número de pontos mapeados em comparação ao biênio anterior, a PRF registrou uma diminuição na proporção de locais classificados como críticos e de alto risco. No Piauí, por exemplo, 73% dos pontos foram classificados como de baixo risco, enquanto 20% foram classificados como médio risco.
A partir dos dados, a PRF poderá elaborar ações de fiscalização nos pontos críticos e de alto risco, que podem resultar em prisões em flagrante. Além disso, são feitas ações educativas e parcerias com órgãos públicos e entidades da sociedade civil para prevenir a exploração sexual e proteger as vítimas.