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As Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), que abrangem enfermidades crônicas como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, constituem um quadro recidivante caracterizado pela inflamação crônica em vários locais do trato gastrointestinal, resultando em diarreia e dor abdominal. No Brasil, a estimativa de prevalência é de 100 casos para cada 100 mil habitantes, com um aumento no número de indivíduos diagnosticados nos últimos anos.
A inflamação resulta de uma resposta imunológica celular na mucosa gastrointestinal. A causa das Doenças Inflamatórias Intestinais ainda é desconhecida, mas evidências sugerem que a flora intestinal normal desencadeia, de forma inadequada, uma reação imunitária em pacientes com predisposição genética multifatorial.
Embora a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa sejam similares, elas podem ser diferenciadas em muitos casos. Cerca de 10% dos casos de retocolite não são inicialmente distinguíveis e são denominados não classificados; se um espécime patológico cirúrgico não puder ser classificado, ele é chamado de colite indeterminada.
O termo colite se aplica somente às doenças inflamatórias do cólon (por exemplo: colite ulcerativa, granulomatosa, isquêmica, por radiação e infecciosa). A colite espástica (mucosa) é um termo inadequado, aplicado a uma doença funcional: a síndrome do intestino irritável.
A jornada até o diagnóstico começa com a identificação dos sinais e sintomas, que muitas vezes são comuns a outras doenças. A lista é extensa e inclui dor abdominal, sensação de barriga estufada, cólicas, diarreia, emagrecimento, sensação de esvaziamento incompleto do intestino, flatulência exagerada (gases) e, por vezes, sangue e muco nas fezes.
A partir desses sinais e sintomas, a busca por um médico gastroenterologista ou proctologista torna-se essencial. Somente o tratamento contínuo e adequado pode proporcionar ao indivíduo uma maior chance de manter uma rotina equilibrada, com qualidade de vida e sem as situações desconfortáveis típicas de quem tem uma Doença Inflamatória Intestinal.
Os tratamentos para as Doenças Inflamatórias Intestinais são essenciais para o controle do quadro, o que chamamos de remissão. Quando isso ocorre – a partir da adesão à terapia de forma contínua e sempre sob a orientação de um médico gastroenterologista – é possível prevenir os episódios inflamatórios por um período prolongado, de meses ou até alguns anos.
Apesar dos avanços com o lançamento de novas terapias, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) das Doenças Inflamatórias Intestinais ainda é de 2017, o que gera um desequilíbrio no acesso entre o que é oferecido no SUS e o que é disponibilizado pelos planos de saúde.
Em alusão ao Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais (19 de maio) e ao Maio Roxo – mês de conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais, problema que afeta principalmente adultos jovens e compromete a qualidade de vida – será realizada uma caminhada neste domingo, 18 de maio, na Ponte Estaiada. A iniciativa está programada para começar às 15h e terá um percurso de 3 km.
A ação popular de conscientização é uma iniciativa da Associação dos Portadores da Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa do Norte e Nordeste do Brasil (ACRONN-BR). No local, haverá a presença de médicos gastroenterologistas e coloproctologistas, além de nutricionistas, assistentes sociais e psicólogos, que distribuirão panfletos, fornecerão informações e esclarecerão as principais dúvidas da população sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais. Haverá também sorteio de brindes. O evento contará com as participações do animador Aldo Vitor, do instrutor de dança Nelson Montanhez e da cantora Aline Conrado.
