
A raiva, considerada a zoonose mais letal do mundo, voltou a preocupar autoridades de saúde no Brasil após registros recentes de casos em diferentes regiões. A doença viral infecta o sistema nervoso de mamíferos, incluindo seres humanos, e é transmitida principalmente pelo contato da saliva de animais contaminados através de mordidas, arranhões ou lambeduras.
Em entrevista, o médico veterinário Fagner Santos destacou a gravidade da situação e reforçou que a única forma eficaz de prevenção é a vacinação anual de cães e gatos.
“A raiva não tem cura, ela tem prevenção. A melhor forma de evitar é através da vacinação, que é 100% eficaz e obrigatória por lei. Toda a população deve vacinar seus cães e gatos”, afirmou Santos.
Segundo o especialista, identificar a doença em animais é um desafio, já que os sintomas podem se confundir com outras enfermidades. “Mudança de comportamento, agressividade, paralisia e dificuldade para engolir são sinais comuns, mas só é possível confirmar a raiva por meio de exame laboratorial pós-morte”, explicou.
O veterinário também alertou para os riscos em áreas rurais, onde morcegos hematófagos — conhecidos como “morcegos-vampiros” — são responsáveis por grande parte da transmissão.
“Quem mora na zona rural deve estar atento. O morcego hematófago morde animais e seres humanos, transmitindo a doença pela saliva. É fundamental evitar interações que possam provocar estresse nesses animais silvestres”, disse.
No caso de ataques, a recomendação é buscar atendimento médico imediato. “Não se deve esperar por sintomas. A pessoa deve lavar o ferimento com água e sabão em abundância e procurar um ponto de atendimento do SUS, onde estão disponíveis os antígenos capazes de salvar vidas”, ressaltou Santos.
Além da raiva, outras doenças como a sinomose e a erliquiose (doença do carrapato) também preocupam tutores de animais. Embora não sejam zoonoses, podem ser fatais para os pets.
“A população não pode afrouxar a vacinação. A raiva não é um sentimento de um animal zangado, é uma doença séria que pode levar à morte do pet e de pessoas próximas. Vacinar é um ato de responsabilidade com a saúde pública”, concluiu o veterinário.
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