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Diabetes: o impacto sistêmico da doença crônica que exige vigilância constante

Entrevista com o endocrinologista Dr. Marcelo Costa esclarece mitos, orienta sobre tratamento, prevenção e destaca a importância do rastreio precoce

Daniela Meneses
Por: Daniela Meneses
14/07/2025 às 13h04 Atualizada em 14/07/2025 às 13h29
Diabetes: o impacto sistêmico da doença crônica que exige vigilância constante
Dr. Marcelo Costa - endocrinologista

O médico Dr. Marcelo Costa, especialista em clínica médica, endocrinologia e metabologia pelo Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, e membro das Sociedades Brasileiras de Diabetes e Endocrinologia e Metabologia (Regional Piauí), concedeu uma entrevista esclarecedora sobre os desafios das doenças crônicas não transmissíveis, com destaque para diabetes e obesidade.

“Hoje, o que mais mata são doenças crônicas, silenciosas e cada vez mais frequentes nas unidades de saúde”, afirmou o endocrinologista.

Tipos de diabetes e causas principais

O médico explicou que a diabetes tipo 2 é mais comum e associada ao estilo de vida, enquanto a tipo 1 tem origem autoimune. Ele reforçou que controlar a diabetes logo no início pode garantir anos de estabilidade, com menor risco de complicações. “Se o paciente controla em 3 meses, tem mais chance de permanecer em equilíbrio do que quem demora 6 meses. O corpo entra em homeostase mais rápido”.

Mitos sobre açúcar, arroz e adoçantes

Dr. Marcelo desmistificou várias crenças populares:

  • Açúcar não causa diabetes diretamente, mas contribui para o aumento de peso.

  • Arroz não precisa ser cortado da dieta — e o integral, embora mais nutritivo, não faz milagres.

  • Adoçantes são alternativas viáveis, desde que não usados em excesso. 

Sobre o consumo desenfreado de refrigerantes zero: “Não é porque não tem açúcar que é saudável. Tudo deve ser ponderado. Equilíbrio é a chave”, orientou.

Automedicação e riscos com medicamentos “emagrecedores”

Dr. Marcelo criticou fortemente o uso indiscriminado de canetas emagrecedoras como o Ozempic, Saxenda e o recém-aprovado Mounjaro, que exigem retenção de receita médica desde 23 de junho de 2025, segundo a Anvisa.

“São medicamentos modernos e eficazes, mas não mágicos. Podem causar náuseas, vômitos, alteração intestinal e, em casos raros, inflamação no pâncreas”.

Ele reforça que o desejo social de emagrecer não justifica o uso sem indicação médica. Cada paciente tem perfil próprio, e até fatores hormonais, como síndrome dos ovários policísticos ou hipotireoidismo, influenciam na perda de peso.

O corpo tem memória metabólica

“O corpo registra o maior peso que você já teve e faz de tudo para voltar a ele. Por isso perder peso é uma maratona, não uma corrida”.

Segundo o Dr. Marcelo, mesmo após cirurgia bariátrica, alguns pacientes voltam a engordar. O cuidado deve ser contínuo e personalizado.

Diabetes gestacional e riscos à gestante e ao bebê

O endocrinologista explicou sobre o diabetes gestacional, que ocorre devido a alterações hormonais e deve ser investigado entre 24 e 28 semanas de gravidez. Pode causar bebês macrossômicos, hipoglicemia neonatal e aumentar o risco da mãe desenvolver diabetes no futuro.

“Após o parto, fazemos rastreio da mãe para verificar se a doença persiste. É um tipo de diabetes que exige atenção redobrada”.

Complicações: amputações, cegueira e problemas renais

“O diabetes é sistêmico. Pode causar cegueira, por inflamação na retina, neuropatia periférica que leva à amputação, e é a principal causa de pacientes em hemodiálise”. Por isso, pacientes devem passar por avaliações periódicas, incluindo corte de unhas, verificação de ressecamento da pele e uso de calçados apropriados.

Estilo de vida é a base da prevenção

Dr. Marcelo recomenda:

  • Manter alimentação equilibrada

  • Praticar atividade física regular (150 min/semana ou o mínimo de 6 mil passos/dia)

  • Dormir bem

  • Fazer acompanhamento médico e nutricional

O médico endocrinologista também recomendou a prática regular de exercícios físicos como um importante aliado da saúde. “O músculo é a maior glândula que temos, protege contra diabetes, melhora mobilidade e qualidade de vida. Ter uma hora inegociável por dia para cuidar da saúde é uma poupança para o futuro. Músculo é nosso segundo coração”, concluiu o médico Dr. Marcelo Costa.

CONFIRA ÁUDIOS DA ENTREVISTA

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