Bastante comum e muitas vezes confundida com a sensação de medo, a ansiedade já é considerada uma epidemia no Brasil. Segundo especialistas, o melhor caminho é perceber a necessidade de ajuda e ter um acompanhamento de um profissional.

Segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é campeão mundial no índice de pessoas ansiosas no mundo: são 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivendo com o transtorno. Entre os sexos, 7,7% das mulheres sentem as consequências da ansiedade, enquanto que, no público masculino, a porcentagem cai para 3,6%.

Sentir-se ansioso quando submetido a uma situação de estresse é um cenário comum e bastante rotineiro na atuali dade. Uma agenda cheia para acompanhar, questões pessoais e emocionais impossíveis de serem colocadas em “standby” ou delicadas a serem expostas são alguns exemplos de gatilhos que desencadeiam essa sensação.

O sinal de alerta aparece a partir do momento que essa ansiedade se transforma em problema. Para Juliana Fiuza, professora de Yoga e Meditação, qualquer mecanismo aplicado para curar a ansiedade não surtirá efeito se a pessoa não aprender a respirar direito.

“Digo isto porque a respiração e a mente estão intimamente ligadas. Quando estamos com raiva, agitados, nossa respiração fica mais curta, irregular. Já quando estamos calmos e tranquilos, nossa respiração fica mais equilibrada e comprida”, comenta Fiuza, que também possui estudos na área do autoconhecimento e espiritualidade.

Ansiedade x Medo

Os dois sentimentos podem se confundir. Para Fiuza, ambos estão relacionados a uma resposta do organismo diante de uma ameaça objetiva. “O medo se refere a um objeto ou a uma situação muito definida, de perigo imediato. Já a ansiedade se representa por uma sensação desagradável de tensão, pretendendo antecipar um perigo incerto”, explica a professora.

Há muito tempo, por meio da observação, os yogis [pessoa preparada para receber o ensinamento ou a pessoa que tem esse objetivo e está se preparando] descobriram que para mudar o estado humano e a forma como cada pessoa se sente, um caminho muito importante seria o domínio sobre a respiração.

Entendendo essa necessidade, Juliana explica a importância de se conhecer intimamente a relação entre corpo, respiração e mente, analisando e explorando essas conexões a fim de se aperfeiçoar essa sensibilidade. “Respirar deve ser nosso ponto central quando queremos desenvolver nossas potencialidades e quando queremos usufruir de uma vida plena. Quando não respiramos corretamente o nosso corpo não recebe a energia suficiente para funcionar de maneira integral. É como se o corpo tivesse sempre em uma situação de emergência. Mas, quando começamos a respirar melhor e entrar em contato com uma respiração mais profunda, temos acesso a um espaço interno e de relaxamento. E a partir disso começamos a compreender melhor as emoções e necessidades ficando menos sujeito a sofrer com a ansiedade”, finalizou.

Jornal O Dia