O esquema criminoso investigado na operação Peloponeso, deflagrada Polícia Federal no Piauí, teria desviado mais de R$ 17 milhões de recursos do Ministério da Saúde que deveriam ser aplicados no tratamento de pessoas com deficiências física, auditiva e visual.
Segundo o delegado regional de combate ao crime organizado (DRCOR-PI), Albert Paulo Sérvio de Moura, que comanda as investigações, entre os alvos da operação estão os secretários municipais de Saúde da microrregião de Picos, pessoas ligadas à Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e empresários donos de duas clínicas de reabilitação na cidade de Picos, no interior do Piauí. As investigações apontaram que o dinheiro desviado por uma das clínicas seria o suficiente para o tratamento de 400 mil pacientes.
O delegado acrescenta que para canalizar o atendimento nas duas clínicas, o serviço de reabilitação no Hospital Regional Justino Luz foi desativado.
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A Polícia Federal deflagrou a operação Peloponeso para investigar desvio de recursos na área da saúde no município de Picos (a 304 km de Teresina). Onze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Teresina, Picos e Brasília e envolve um desvio de mais de R$ 17,6 milhões.
Segundo a PF, a investigação aponta fraudes no credenciamento de Centros Especializados de Reabilitação junto ao SUS, com a finalidade de receber recursos federais sem a contraprestação de serviços por parte das clínicas.
“Há fortes indícios de desvio envolvendo os montantes controlados pela Secretaria Municipal de Saúde de Picos/PI, com saques em espécie nas agências bancárias em benefício de empresários. Os fatos apontam para o envolvimento, também, de servidores públicos, com prejuízo calculado pelo TCU, até março de 2019, na ordem de R$ 17.678.712,69”, afirma a nota.
Veículos e valores em contas e ativos financeiros foram bloqueados com um valor estimado em R$ 14 milhões.
A ação de hoje conta com a participação de 60 Policiais Federais dos estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Distrito Federal, bem como auditores do Tribunal de Contas da União – TCU e do Departamento Nacional de Auditoria do SUS – DENASUS.
Uma coletiva à imprensa será concedida às 10h30, na sede da Superintendência da Polícia Federal.
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