A Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) confirmou, nesta sexta-feira (8), o 2º caso de febre do Nilo no Piauí. Os sintomas da doença foram detectados em uma mulher, em julho de 2017, no município de Picos, Sul do estado. O resultado do exame só ficou pronto no dia 14 de janeiro deste ano, um ano e meio depois de ter sido solicitado. Por causa da confirmação, a Sesapi está fazendo um alerta aos municípios e à população sobre medidas necessárias para evitar a contaminação, já que o vírus está circulando no estado.
De acordo com o Superintendente da Sesapi, Herlon Guimaraes, é preciso que as pessoas tenham cuidado com questões de higiene e limpeza, como o acúmulo de água parada. Herlon Guimaraes esclareceu que a doença é transmitida por mosquitos, dentre eles o culex.
O primeiro caso da doença no Brasil foi registrado no Piauí em 2014. O paciente era um vaqueiro do município de Aroeiras do Itaim, Sul do estado, que fez tratamento por cerca de quatro meses, mas ficou com quadro de paralisia. Herlon ressaltou que, portanto, o vírus existe desde 2014 no estado e lembrou que outros casos foram confirmados em equinos na mesma região e notificações foram feitas nesse ano em relação à doença. Em 2017, a Sesapi chegou a notificar dez casos suspeitos de Doença Neuroinvasiva Grave pelo vírus da Febre do Nilo Ocidental. Dessas notificações, confirmou-se um óbito de paciente residente em Teresina-PI.
Segundo caso
No segundo caso da doença no estado, confirmado hoje pela secretaria de saúde, uma mulher de 23 anos foi diagnosticada e ficou internada no hospital universitário para tratamento em Teresina. Segundo a Sesapi, a doença foi confirmada após exame do material coletado pelo instituto Evandro Chagas, no estado do pará, e após o tratamento, a menina teve alta e não apresenta mais nenhuma sequela da doença. O superintendente contou que a solicitação do exame da mulher foi solicitado no dia 7 de julho de 2017 e que o resultado só saiu em 14 de janeiro de 2019.
“A verdade é que não se sabe exatamente porque esse resultado demorou tanto para sair e é uma preocupação nossa e do Minsitério da Saúde agilizar esses resultados. Tanto é que a Sesapi já fez uma solicitação junto ao Ministério da Saúde, para que possa realizar esse tipo de exame, que é feito por esse laboratório no Pará, em Belém e é referência para o Norte e Nordeste”, contou.
Na época, a paciente foi tratada sem a constatação da doença através de um exame, pois as pessoas acometidas principalmente por arboviroses, onde geralmente os sintomas são muitos parecidos, eseguem um protocolo de tratamento baseado em orientação do Ministério da Saúde, que é seguido imediatamente independente de se ter algum resultado de exame. Dessa forma, segundo Guimarães, a doença não evoluiu na jovem.
Alerta e vigilância
Na manhã de hoje, uma reunião com a presença do Ibama, secretarias municipais e estadual de saúde, Adapi, dentre outros órgãos de fiscalização discutiu a emissão de uma alerta para os municípios em relação a vigilância. De acordo com Hérlon Guimarães, não há motivos para desespero da população. Segundo ele, é preciso redobrar as atenções em relação a mortalidade de animais como cavalos, frangos e aves, que devem ser comunicadas pelos municípios para adoção de medidas necessárias.
Doença
A FNO é uma arbovirose causada pelo Vírus do Nilo Ocidental (VNO), cuja transmissão aos seres humanos ocorre principalmente através da picada de mosquitos do gênero Culex (muriçoca, pernilongo comum). O mosquito Aedes albopictus também é considerado um vetor potencial.
Transmissão
A transmissão da doença é feita através de mosquitos tipo culex, que um vez infectados com o vírus acabam picando e contaminando animais como equinos, aves e seres humanos. Os animais são hospedeiros da doença contaminando assim outros mosquitos. O superintendente ressalta que o homem é hospedeiro terminal.
Sintomas
Os principais sintomas são a febre alta, dores de cabeça. Doença de notificação compulsória imediata (em até 24h) em todo o território nacional, desde 2006, a Febre do Nilo afeta o sistema neorólogico e manifesta-se na forma de encefalite, paralisia flácida aguda ou meningite asséptica, podendo levar à morte em 10% dos casos ou deixar sequelas neurológicas em significativa proporção dos sobreviventes.
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