O Instituto Comradio realizou durante este final de semana em Picos, o curso “Atuação em Rede e Mídias Sociais”, ofertado pelo Instituto Comrádio em parceria com o Projeto Viva o Semiárido (PVSA), a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) e apoiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Brucke Le pont.
Esta foi a primeira etapa do processo de formação direcionado para jovens beneficiados com o Projeto Viva o Semiárido. Na oportunidade, os 23 participantes puderam expor as boas práticas e questões a serem solucionadas em suas respectivas comunidades de atuação.
A formação tem como objetivo fortalecer o Coletivo de Comunicação Cidadã para o direcionamento de causas identificando-as com grandes temas a partir da utilização da internet e as mídias sociais, gerando informações que proporcione a elaboração e monitoramento de políticas públicas de convivência com o semiárido.
Vinda da comunidade quilombola Potes, município de São João da Varjota, Líria Maria de Aquino, 30, integra movimento negro, Pequenos Agricultores além da Associação de Artesanato que tem mudado a realidade local. Ela participou da formação do IComradio e destacou as perspectivas a partir desta convivência.
“Esses dias foram muito importantes. A comunicação já parte da relação entre nós participantes e se estende para nossas comunidades a partir dos conhecimentos que adquirimos aqui. As informações vieram para ajudar, e com certeza sairemos daqui com uma nova concepção do que é a comunicação e como utilizá-la dentro de nossa realidade”, contou.
Atuante em atividades que envolvem os jovens da sua comunidade, principalmente no que diz respeito à preservação ambiental, a geminianense do assentamento União, Marlieide Santos, 26, destacou o compartilhamento de experiências e realidades de cada um e a liberdade de aprender que foi proporcionado que levará para seu grupo.
“Experiência maravilhosa. Trouxemos experiências e levaremos experiência. Saber que a realidade dos demais e a liberdade de aprender que o curso nos proporcionou. As experiências dos vídeos e das fotos foram muito importantes para mim. Levarei as experiências e as amizades, além dos conhecimentos que repassarei para o meu grupo de jovens e para minha comunidade. Experiências que levarei para a vida”, disse.
Josielson Pereira, 22, é presidente da Associação de Pequenos Produtores de Ovinos e Caprinos em Carnaíbas e Boa Vista, município de Itainópolis. Segundo ele, estas atividades já estavam inseridas na comunidade, mas com a chegada do Viva o Semiárido houve uma organização e ampliação. O jovem, que também é apicultor, destacou o aplicativo como ponto fundamental no processo de formação, pois, segundo ele, dará visibilidade às ações desenvolvidas.
“Foi proveitoso e um passo na direção de novas experiências. O aplicativo Nestante é um canal que trará um maior destaque de nossas atividades. Vou levando muitos conhecimentos”.
Quem acompanhou e participou deste processo foi a diretora técnica do projeto Viva o Semiárido e também diretoria de inclusão produtiva da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Lúcia Araújo.
Segundo ela há uma parceria com o IComrádio e a Brucke Le pont, através de recursos de operação de crédito do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) para o projeto Viva o Semiárido a fim de capacitar jovens para identificar e buscar soluções para problemas e desafios de suas comunidades.
“A perspectiva é que se faça um trabalho programado de comunicação com a juventude, focado no projeto Viva o Semiárido, nas boas práticas e ao mesmo tempo na identificação e busca de solução para o que foi identificado como problema e desafios”, explicou.
Viva o Semiárido
O Viva o Semiárido atua região semiárida, em cinco territórios: o Vale do Sambito, Canindé, Serra da Capivara, Guaribas e Vale do Itaim, somando 89 municípios. Dentre as linhas de atuação está o apoio e condições para a implementação de projetos de investimento na área da agricultura familiar como a ovinocultura, psicultura, apicultura, artesanato e quintais produtivos.
Nestante
O Nestante é um aplicativo para smartphone e uma plataforma web, voltado para coleta, monitoramento e sistematização de informações sobre assuntos voltados ao semiárido piauiense. O app será utilizado pelos jovens integrantes do projeto, e neste, as informações serão divididas em “para solucionar” e “boas práticas”. A partir disso, uma sinergia pode acontecer, na própria plataforma, quando uma causa a ser solucionada encontra uma boa prática que a contemple.
Fabrício Sousa