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Falta de apoio financeiro tem feito atletas picoenses desistirem do karatê, afirma treinador

A luta do professor de karatê e presidente da Associação de Karatê de Picos (ASKAPI), Francisco Arcanjo, é conhecida na Capital do Mel e em toda região. Ele tem levado há muitos anos caratecas picoenses para participarem de torneios nacionais e interacionais de karatê, conquistado medalhas para Picos, levando sempre o nome do município no quimono dos jovens. Porém, o professor relatou que muitos atletas picoenses têm desistido do esporte por falta de estímulo financeiro por parte, principalmente, do Poder Público.

“A nossa delegação de karatê da academia Askapi era composta por dez, quinze atletas, mas hoje se resume a cinco ou seis, a maioria desistiu, muitos desestimulados devido à falta de apoio financeiro. Isso desestimula bastante, causando uma grande evasão dos atletas”, relatou.

Arcanjo conta que em 2018, por exemplo, alguns dos esportistas da Askapi chegaram a treinar arduamente para competições, mas nas vésperas de algumas viagens, não foi arrecadado dinheiro suficiente para custear as despesas e eles acabaram não participando de vários torneios que foram classificados.

“A gente se planejou para ir a dois campeonatos mundiais, que foi na Irlanda do Norte, onde batalhamos e batalhamos, mas faltou uma quantia considerável. Teve o da Escócia o ano passado e não deu certo, enfim, isso desestimula bastante. Eu encaro isso com muita dor, muita preocupação e muita dó desses alunos, dessas crianças que querem crescer na área do esporte, mas eles não têm poder aquisitivo grande para poder bancar as despesas deles[…]. É difícil, se a gente não tiver apoio, principalmente do Poder Público, não adianta, nós temos alguns empresários que nos apoiam, mas ainda é insuficiente para manter nossas despesas”, desabafou.

O professor Arcanjo contou que já pensou até em desistir do esporte, porque, segundo ele, são muitas portas que se fecham para esses jovens competidores e também para os profissionais, não só em karatê, mas em diversas áreas.

“Estou há quase 27 anos dando aula de karatê, exercendo um papel importante, sempre trabalhei com honestidade, atuei por quase duas décadas no município como educador social, fazendo um belíssimo trabalho em todos os programas sociais. A gente fica triste e preocupado, mas vamos continuar, eu não vou baixar a cabeça, um dia melhora, um dia vem a glória, os apoios, os patrocínios e vamos continuar”.

Competições de 2019

Em meio à toda dificuldade, o mestre diz que não irá desistir de “resgatar” os jovens picoenses através do esporte. Ele frisa que para ser “adotado” na Askapi, é necessário estar matriculado na escola e tirar boas notas.

“Nós estamos inovando a nossa seleção, estou dando continuidade ao meu trabalho de adoção, adotando a criança de 09 a 16 anos para compor a nossa seleção picoense de karatê e a criança ou adolescente tem que demonstrar interesse pela arte, tem que treinar e estar matriculado em escola pública, seja estadual ou municipal”.

Este ano, cerca de seis atletas picoenses de Karatê já se preparam para os torneios de 2019. O diretor da Academia Askapi afirmou que os jovens esportistas já estão em treinamento para disputarem o primeiro torneio deste ano, o campeonato Norte e Nordeste de Karatê, que acontecerá no final do mês de abril no estado de Goiás.