Com o aquecimento do comércio durante o final de ano, o número de contratações temporárias e também de vendas tendem a aumentar, porém essa não é a realidade do setor lojista em Picos neste período.
A vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Picos (CDL), Anne Louise Bertino, afirma que em vinte anos nunca tinha presenciado uma movimentação tão tímida no comércio de Picos durante o final de ano. Ela fala que este mês de novembro é atípico, quando comparado com anos anteriores, tanto na questão das vendas, quanto às contratações.
“Realmente esse mês de novembro é um mês atípico no comércio de Picos. Eu tenho 20 anos de comércio e nunca tinha acontecido isso comigo. Então o que eu posso dizer é que agora nós estamos com um mês atípico de vendas, porque neste período, é um período que a gente vende muito, é um período que as vendas estão aquecidas, as contratações estão a mil, mas esse ano, por vários fatores, não foi tão satisfatória para o comércio”, pontuou.
Anne Louise destacou que as contratações temporárias estão sendo feitas, mas em um número inferior que os registrados em anos anteriores.
Desemprego no Brasil
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Picos (SINTRACS), Marcos Holanda, destaca os obstáculos para conseguir um emprego nos dias atuais.
“A gente tem um número de desempregados que é um recorde jamais visto, varia em torno de 14 milhões, nesse número temos cinco milhões de pessoas que estão subempregadas, que são aqueles contratos que as pessoas não ganham um salário mínimo, então as pessoas que estão desempregadas não consomem, as que estão subempregadas consomem muito pouco, além disso, temos o jovem que chega ao mercado de trabalho e não tem o trabalho”, contou.
O presidente ainda ressaltou que em Picos várias lojas e empresas têm fechado as portas por conta da resseção que o país enfrenta, mesmo com a abertura de algumas lojas âncoras na cidade, o quadro não é positivo.
“É uma conjuntura desfavorável, a resseção já era esperada. Algumas empresas estão fazendo algumas contratações, umas com contratos parciais, outras com contratos intermitente, que é um contrato que a nova reforma trabalhista implementou no Brasil, um contrato por hora. Então é um quadro que nos apresenta hoje, vamos esperar o novo governo para ver o que se desenha para os trabalhadores no futuro”, disse.
CONFIRA AS ENTREVISTAS:
MARCOS HOLANDA
ANNE LOUISE
Texto: Danila Azevedo
Edição: Daniela Meneses