A cantora norte-americana Aretha Franklin, de 76 anos, morreu hoje (16), em casa, em Detroit, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada por Gwendolyn Quinn, empresário da artista.
Chamada de a Rainha do Soul ou Dama do Soul, Aretha Franklin virou ícone da música negra. Era apontada como referência e foi considerada a maior cantora de todos os tempos pela revista Rolling Stones.
Talentosa e com uma elevada habilidade artística e vocal, Aretha Franklin também interpretou jazz, rock, blues, pop e ópera.
Nos últimos dias, a imprensa informou que Aretha, com a saúde muito debilitada devido a um câncer no pâncreas, estava em casa para ficar mais próxima dos familiares. Apesar de notícias sobre a sua doença circularem há bastante tempo, a cantora sempre foi muito discreta com o assunto e nunca confirmou o caso. Agora, se apaga uma voz eterna e incomparável, um verdadeiro símbolo americano.
Uma das artistas mais influentes da música, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade – a maior honraria civil concedida nos Estados Unidos – e a Medalha Nacional das Artes, além de receber 18 vezes o Grammy e ser a primeira mulher a entrar para o Hall da Fama do Rock & Roll. Mais de quatro décadas nos palcos e mais de 40 álbuns lançados colocaram Aretha Franklin como a melhor cantora da história eleita pela revista Rolling Stone.
Nascida em 25 de março de 1942 em Memphis, no Tennesee, ela começou cantando em Detroit, onde cresceu, na igreja do seu pai, o reverendo C.L. Franklin. As primeiras músicas foram gravadas ainda quando ela tinha 14 anos – pela gravadora Checker Records. Nessa época teve o primeiro filho, Edward. Dois anos depois nasceu Clarence. O pai de Aretha, casado então com a cantora Barbara Siggers, era conhecido como “a voz de 1 milhão de dólares” pelos seus sermões e era amigo de Martin Luther King.
Após rejeitar as ofertas da Motown Records e do RCA Label, Aretha assinou com a Columbia Records e se mudou para Nova York. Lá gravou seu primeiro single, Today I Sing the Blues. Mas foi com a Atlantic Records que ela achou a sua verdadeira identidade e começou a saborear o sucesso. Em 1967, lançou Respect, de Otis Redding, e a inesquecível canção a colocou no topo de vendas nos Estados Unidos.
Acompanhada do The Muscle Shoals Sound Rhythm Section no estúdio, ela levou a intensidade e a paixão do gospel para músicas e espaços profanos, como as manifestações feministas e de igualdade racial. O salto fundamental da igreja à rua, colocou Aretha Franklin nos anos 1960 no mesmo nível de outros gênios, como Sam Cooke, Otis Redding e James Brown. Assim assinou clássicos como I Say a Little Prayer, You Make Me Feel Like) A Natural Woman, Chain of Fools, I Never Loved A Man The Way I Loved You, Think e Day Dreaming ao longo de uma carreira na qual não houve estilo que a restringisse, e ela também passeou pelo jazz, pelo rock e pelo blues.
Em 1998, ela publicou a autobiografia Aretha: From These Roots (sem tradução para o português). A expressividade, o poder e a personalidade que assumia na frente do microfone causariam impacto em artistas como Beyoncé, Whitney Houston e Mariah Carey.
Ao todo, teve dois casamentos, primeiro com Ted White – com quem teve Ted White Jr. – e depois com o ator Glynn Turman. Teve o quarto filho durante uma relação anterior com Ken Cunningham.
Aretha Franklin cantou nas cerimônias de posse dos ex-presidentes dos Estados Unidos Bill Clinton e Barack Obama. Em fevereiro de 2017, anunciou a saída dos palcos e aproveitou a ocasião para comunicar que gravaria um último álbum com Stevie Wonder. Esse disco, no entanto, nunca foi lançado.
Sua última apresentação foi em novembro de 2017, em Nova York, em um evento da Fundação Elton John para o combate da Aids.
Agência Brasil