Um grupo de cerca de 40 pessoas que invadiram as casas do Residencial Lousinho Monteiro criou uma comissão para assegurar a permanência dos invasores nas habitações. As incursões aconteceram logo após a entrega das chaves aos contemplados – 20 de dezembro de 2017.
Um dos coordenadores do movimento, Willi Guimarães, que também ocupa uma casa de forma irregular, articulou uma reunião com outras famílias que estão no residencial de forma ilícita, com o objetivo de criar um comitê para assegurar que eles não saiam das casas. O grupo conta com o auxílio até de um advogado.
“Pelo meu conhecimento as pessoas não saem assim fácil, lógico que vai um tempo de cada pessoa, vai ter caso a caso para analisar para sair. Pelo meu conhecimento e também pelo advogado, as pessoas não podem sair simplesmente porque um policial chega e manda sair, não pode sair de jeito nenhum, o policial tem que estar acompanhado de um oficial de justiça, e depois disso, a pessoa tem 72 horas para correr atrás dos seus direitos”, acrescenta Willi Guimarães.
Ele fala também que a coordenadora de Habitação e Urbanismo, Cláudia Mônica não tem uma dimensão exata da quantidade de casas que estão com moradores. Ele disse que o número deve chegar a quase 150.
“A senhora Cláudia disse que eram só 20 casas [invadidas], ela está equivocada, ela não tem noção do que está acontecendo aqui. Não sei se é porque ela não está andando no condomínio, eu não vi ela, a gente vai gerar uma comitiva, nessa comitiva a gente vai fazer um abaixo assinado e vamos até ela, para ver a posição dela e ver o que ela tem para nós. Se ela não resolver, a gente vai a diante, nós estamos dispostos a ir a Teresina e a Brasília, queremos um lugar para morar”.
Willi Guimarães declarou ainda que ligações elétricas estão sendo feitas de forma clandestina, algumas famílias estão pagando até R$: 200,00 para ter energia em suas casas. Ele falou também que a água tinha sido cortada, com o intuito de expulsá-los do local, porém, eles procuraram a Agespisa, que restabeleceu o fornecimento hídrico.
Jordânia Rocha de Carvalho foi uma das primeiras invasoras do local e já há um boletim de ocorrência contra ela, que afirma que está na residência por necessidade, e conta que não tem onde morar com seus filhos. “ Eu quero deixar bem claro que não tem só bandidos, tem pessoas que reconheciam o que eu estava passando, a minha situação e a minha necessidade. E a gente fez isso porque a gente está necessitando, sou uma mãe de família, uma mãe solteira”, conta a invasora.
A coordenadora de Habitação e Urbanismo de Picos, Cláudia Mônica, foi procurada para se pronunciar sobre as declarações, mas não foi encontrada.