
O Centro de Educação em Tempo Integral Coelho Rodrigues (CETI), em Picos, recebeu nesta sexta-feira (7) o I Encontro de Consciência e Equidade: Educação Antirracista para um Futuro Melhor. O evento reuniu estudantes do 1º ano, professores e convidados em uma programação diversa, com palestras, apresentações culturais, desfile de personalidades negras e momentos de reflexão sobre políticas públicas e identidade afro-brasileira.

Ao longo da programação, que se estendeu durante todo o dia, os participantes discutiram assuntos como a participação da população negra no mercado de trabalho, a presença da mulher negra na sociedade, a Lei 10.639 (que torna obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas) e as raízes históricas de elementos da cultura negra, como a capoeira, a dança e as religiosidades.


Francisco das Chagas, um dos articuladores da iniciativa, destacou a proposta do encontro e a importância da mensagem transmitida aos estudantes. Segundo ele, o evento foi pensado como um espaço de escuta, valorização da ancestralidade e fortalecimento da luta por equidade racial no ambiente escolar.

O objetivo, segundo informou o organizador, é que o assunto seja cada vez mais discutido com os jovens a fim de que eles desenvolvam uma visão crítica sobre o tema.
“É um evento que a gente precisa mostrar para a nossa população e também para os alunos do primeiro ano do CETI, pois muitos desses alunos nunca tiveram contato direto com esse tipo de debate e é uma coisa ainda alheia à criticidade deles. Então, através desse evento, eles passam a conhecer a história afro-brasileira, a história do Brasil”, afirmou.

O professor Silas Freire, docente do CETI Coelho Rodrigues, também ressaltou que ações como essa são fundamentais para fomentar o debate e a consciência crítica sobre justiça social. Para ele, eventos com essa proposta devem ser mantidos e ampliados nas escolas públicas.
“São oportunidades que nós temos de debater as injustiças sociais e de promover a justiça nesse momento. [É um momento] de dar consciência ao aluno de que ele também faz parte dessa luta e buscar uma melhoria na sociedade em geral. O Centro Coelho Rodrigues já tem um histórico [de debater esse assunto] por causa da agregação de profissionais que trabalham esse tema”, pontuou.

A historiadora Aline Campos, mestre em Sociedade e Cultura, conduziu uma palestra voltada ao alunado. Durante sua fala, ela abordou as bases da formação histórica no Brasil, identidade e como a educação e o conhecimento são campos importantes para a população negra.

“É extremamente importante as políticas de permanência dos estudantes negros na educação. É tão importante pessoas brancas estarem na universidade quanto pessoas negras, principalmente para pesquisar as nossas vivências, pesquisar sobre saúde mental negra, pesquisar sobre identidade e cultura negra e pesquisar sobre educação antirracista. A educação é um movimento de equidade racial", explicou a historiadora.

Já a coordenadora da unidade, Patrícia Carvalho, reforçou o papel da escola como espaço de construção de saberes e transformação social.
“Esse é um momento muito importante, um momento que nos convida a olhar para a nossa história, a reconhecer as desigualdades ainda presentes e reafirmar o compromisso do Ceti Coelho Rodrigues com a educação que respeita e valoriza e inclui todas as pessoas. [...] Um dos nossos objetivos é que essa discussão seja cada vez mais presente nos campos escolares”, declarou a coordenadora.
Confira as entrevistas:
Francisco das Chagas
Aline Campos
Patricía Carvalho
Silas Freire




