Um aplicativo para combater notícias falsas e alertar pais sobre vacinação infantil está em fase de testes em oito salas de vacinação da rede pública de saúde de Teresina. A ferramenta foi criada pelo professor de enfermagem e estudante da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Eugênio Barbosa.
Eugênio contou que a ideia do VacinAção surgiu durante a própria atuação em salas de vacinação, ao observar a queda da cobertura vacinal no país. Na pós-graduação, ele encontrou uma oportunidade para desenvolver a ferramenta.
O aplicativo conta com alertas automáticos que notificam pais e responsáveis de crianças de até 5 anos sobre datas de vacinação e também informa equipes de enfermagem da Atenção Básica sobre crianças com doses em atraso.
"Percebi de perto os desafios enfrentados por pais e equipes de enfermagem no controle da cobertura vacinal das crianças. Ao mesmo tempo, acompanhei o avanço das fake news. Isso despertou em mim o desejo de contribuir com uma tecnologia que apoiasse os profissionais e empoderasse as famílias no cuidado com a imunização dos filhos", contou.
O aplicativo começou a ser desenvolvido em 2020 e passou por validação de profissionais das áreas de enfermagem, medicina, ciências da computação, sistemas de informação e design. Em fase de testes há mais de um ano, o estudo foi premiado no 27º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem, realizado entre os dias 8 e 11 de setembro, em Salvador (BA).
"Em 2024, a proposta para realização dos testes de eficácia foi submetida ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), concorrendo com projetos de todo o país, e também foi contemplada com uma bolsa de pós-doutorado", afirmou.
Lançamento oficial previsto para 2026
Durante a fase de testes, o aplicativo pode ser instalado nos celulares dos pais e responsáveis que passam pelas oito salas de vacinação selecionadas em Teresina. O cadastro é realizado pela equipe.
Após a fase de testes, prevista para finalizar em junho de 2026, os resultados serão encaminhados ao Ministério da Saúde, junto com a proposta de incorporação do aplicativo ao sistema de controle da cobertura vacinal já disponibilizado pelo órgão.
"Já temos relatos de pais e mães que, ao chegarem nas Unidades Básicas de Saúde para vacinar os filhos, disseram que só foram porque o aplicativo enviou um lembrete. Se não fosse por isso, teriam esquecido", finalizou o professor.