Ex-presidente nacional do PT, Rui Falcão disse que o partido precisa considerar a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ser eleito para voltar ao Planalto na votação de outubro.
Falcão participou, no sábado (13), do lançamento do comitê paulistano “em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato”. Os comitês têm sido criados pelo país desde 16 de dezembro, dias após o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) ter marcado para 24 de janeiro a data para julgar a apelação de Lula contra a condenação a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O dia tem sido marcado por atos em vários diretórios do país em favor de Lula. O objetivo do partido é intensificar as manifestações contra a confirmação da condenação do ex-presidente.
Caso a sentença do juiz federal Sergio Moro seja confirmada, Lula cai na lei da Ficha Limpa e pode ficar impedido de disputar a eleição presidencial, marcada para 7 de outubro. Pré-candidato do PT ao Planalto, Lula tem aparecido como líder em todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até agora.
“Temos que trabalhar com a hipótese de que isso pode não ocorrer. Não pelas nossas vontades, não pela disposição do povo, mas pela continuidade do golpe” – Rui Falcão, ex-presidente nacional do PT
Para Falcão, que liderou o partido entre 2011 e 2017, o PT tem que estar “preparado para a vitória e preparado para uma longa luta de mudanças no país”. “E isso se faz com a nossa mobilização, com a nossa militância, com a contribuição de cada filiado.”
Falcão chegou, inclusive, a pedir contribuição financeira aos militantes petistas. “Para ter um partido de auto-sustentação e não um partido socialista que é financiado pelo capital. É um processo de mudança no qual nós somos os principais partícipes.”
Também estiveram no evento o presidente do PT paulistano, Paulo Fiorilo, a ex-ministra Eleonora Menicucci, o vereador paulistano Eduardo Suplicy e o ator Sérgio Mamberti.
Julgamento crucial para Lula
O julgamento em Porto Alegre é crucial para o futuro de Lula. Uma condenação em segunda instância pode torná-lo inelegível e, até mesmo, levá-lo à prisão. A defesa do ex-presidente diz que não há provas dos delitos e, por isso, ele deve ser absolvido.
A presença de Lula no julgamento ou mesmo em Porto Alegre nos dias que antecedem a sessão do TRF-4 ainda é incerta.
Até o momento, representantes do PT já confirmaram a presença do ex-presidente em um ato público em São Paulo após o julgamento. No dia seguinte, o partido fará um evento na capital paulista com suas lideranças para reafirmar a candidatura presidencial de Lula, seja qual for o resultado no tribunal.
Uol Política