A comunidade Pau D’arco, região da Chapada do Mocambo, zona rural de Picos, procurou a nossa redação para denunciar a falta de água na região. Dois moradores – que não quiseram se identificar – procuraram a nossa equipe de reportagem para fazerem as denúncias. Eles relataram a situação de descaso que os moradores vêm passando, sendo obrigados até mesmo a comprar água.
Segundo os reclamantes, a água chega até a comunidade, porém os funcionários que estão administrando o poço selecionam para quem irão distribuí-la. Os demais moradores, prejudicados com esta seleção que ocorre por afinidade, são obrigados a terem que comprar água, a carga está no valor de R$ 100,00 reais.
“Os funcionários é quem estão mandando aqui, soltam água pra quem eles querem”, afirmou uma moradora. Ela conta que já fazem anos que a comunidade se encontra nesta situação, e mesmo com tantas reclamações e pedidos a gestão não se manifesta para ajudá-los.
O outro denunciante também relatou o problema com os funcionários. “Os funcionários não soltam (água) mesmo, no dia que eles soltam a água vai até no final, mas tem mais de mês que soltaram, aí fica para lá, uns soltam para um lado, outros pra outro, pra eles lá, e a gente aqui fica esquecido”.
O denunciante afirma que a água é utilizada apenas para as necessidades básicas.
O outro lado
O secretário de Agricultura de Picos, Aurino Guimarães, afirma que não existe falta de água na comunidade Pau D’arco. Segundo ele, o poço da Chapada do Mocambo disponibiliza seis mil litros de água por dia, o que ocorre são pessoas fazendo uso indevido da água que é distribuída.
“Nossa equipe de abastecimento de água é muito comprometida. Lá não falta água na casa de ninguém. Essa gestão tem a maior preocupação, quando o poço quebra, a gente corre para consertar. Agora têm pessoas que fazem o uso indevido da água, o desvio da finalidade da água pública. Está previsto na constituição, é um crime ambiental, a água pública só pode ser usada para o consumo humano e sedentação de animais, está sujeito às penalidades da lei, multa e até cadeia”, garante o secretário.
O secretário nega as afirmações sobre o funcionário responsável pelo poço. “São vários ramais, existe uma programação, ele é orientado o horário, tudo definido por nossa equipe para colocar num ramal, depois no Outro e não deixar ninguém sem”.
Aurino assegura que está sendo realizada uma medida para que práticas de mau uso da água sejam coibidas, em parceria com a secretaria de Meio Ambiente para que não haja a falta de água. “O pessoal acha que a água é pública e pode ser usada de qualquer maneira, nós temos casos até de postos de lavagens usando água pública, plantações, é muito fácil constatar, infelizmente nossa equipe é reduzida e nós temos que priorizar a questão de abastecimento de água”.
O secretário Aurino afirma que está aberto a quaisquer reclamações e se coloca à disposição da população. Aurino também garante que se houver desvios de condutas dos funcionários será tomado as providências administrativas cabíveis, e agradece as denúncias realizadas.
Reabastecimento
Na manhã desta segunda-feira (09) os moradores entraram novamente em contato com a nossa equipe informando que o abastecimento hídrico na região foi restabelecido desde o último sábado.
Confira as entrevistas:
Denunciante 1
Denunciante 2
Secretário de Agricultura, Aurino Guimarães