Em setembro, em plena safra de caju as caixas cheias se multiplicam debaixo dos cajueiros entre as quintas em São Gonçalo do Piauí, no semiárido piauiense. O caminhão que vem de Picos passa recolhendo o produto.

Para o cajucultor Júlio Pereira, a safra está melhor do que ano passado, mas reclama da queda do preço. A expectativa dele é colher 400 caixas de caju até outubro. Ano passado ele só colheu 180 caixas.

“Antes estávamos vendendo de R$ 20 e agora abaixou para R$ 12 a caixa. A castanha era R$ 4 ano passado e caiu para R$ 2”, lamentou.

Mesmo com aumento da produção, o cajucultor não contratou funcionários e conta com ajuda dos filhos para colher os cajus. Jailson Pereira é professor e escolhe um turno para ajudar o pai na colheita.

Apesar dos cajucultores estarem considerando uma ótima safra, um problema tem afetado o desenvolvimento dos cajus e reduzido a produção em 20%. Segundo o técnico agrícola Edilson Alves, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), as chuvas esporádicas e a umidade são as responsáveis pelo prejuízo.

Quem também enfrenta problemas com os cajus que não se desenvolvem é o cajucultor Péricles Fernandes. Ele tem 10 hectares de caju plantados e espera colher cerca de 500 quilos de castanha por hectare e mais 300 caixas de caju. Com essa expectativa ele contratou seis pessoas para a colheita.

“Com a doença, ela prejudica a safra. O caju não chega a amadurecer. Apesar disso, a colheita vai ser boa”, declarou.

G1