A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Piauí e o Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado do Piauí (Sindilojas), emitiu uma nota às empresas do comércio lojista, varejista e atacadista de Picos e todos os profissionais contábeis afirmando que “apesar de várias reuniões com o Sindicatos dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Picos (Sintracs), as negociações sobre o piso salarial e demais condições de trabalho não tiveram avanço”.
Na nota, a entidade solicita ainda que todas as empresas do comércio lojista, varejista e atacadista de Picos, bem como os contadores dessas empresas, façam constar nos contracheques a partir do mês de janeiro como antecipação de reajuste salarial, o índice de 3,43%.
Em reposta ao documento da federação, o assessor jurídico do Sintracs de Picos, Giovani Madeira, procurou a nossa reportagem para esclarecer os fatos, afirmando que o sindicato não é o culpado pela lentidão nas negociações. Giovani fala ainda, que o Sintracs já recuou na porcentagem salarial afim de que o impasse fosse resolvido, mas que a proposta do representante da classe patronal não é positiva para o trabalhador.
“Nós sempre temos analisado as propostas que nos são trazidas, de valores e mudanças na Convenção Coletiva, só que até o presente momento nós não aceitamos nenhuma, porque nenhuma foi conveniente para a classe comerciária. E também nós estamos observando as incoerências da classe patronal, o Sindicato dos Comerciários sempre avançando no sentido de diminuir o valor da proposta, mas a classe patronal, como sempre, se mantendo insensível a qualquer reajuste”.
O Sintracs, inicialmente, pediu que o salário dos servidores do comércio de Picos fosse estabelecido em R$: 1.110,00 (mil cento e dez reais), depois recuaram para R$:1.107,00 (mil cento e sete reais) e agora estão no impasse de R$: 1.103,00 (mil cento e três). Entretanto, a classe empresarial está oferecendo um salário de R$: 1.100,00 (mil e cem reais).
Auxílio Saúde
O documento da Fecomércio e Sindilojas orienta ainda que não seja efetivado o pagamento da importância de R$ 6,00 (seis reais) referente ao auxílio saúde dos trabalhadores, previsto na Convenção Coletiva.
Na oportunidade, o assessor jurídico comentou sobre o reajuste do auxílio saúde dado ao trabalhador através do Sintracs e a importância da sua manutenção.
Reforma Trabalhista
Giovani Madeira falou ainda que com as novas regras da Reforma Trabalhista, os empregadores não estão levando em conta nenhum direito do trabalhador.
“Nós acompanhamos alguns trabalhos no Piauí e temos percebido que uma das dificuldades foi a Reforma Trabalhista. Não sei de onde se tirou esse pensamento, mas a classe empregadora acredita que não há mais Constituição Federal, que não há mais justiça, acreditam que podem tudo, porque houve a Reforma Trabalhista e a reforma foi em prol da classe patronal e não é bem assim, nós sabemos que a reforma tem muitos pontos sendo questionados judicialmente, ninguém sabe como vai ficar, depende, logicamente, do Supremo [Tribunal Federal] e fora isso, nós temos que nos pautar pelo que ficou da CLT e pela Carta Magna da Constituição Federal, que traz um regramento que tem que ser seguido”, concluiu.
LEIA A NOTA EMITIDA PELA FECOMÉRCIO E SINDILOJAS DO PIAUÍ
Picos – Comunicado Antecipação Salarial (1)
CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA COM GIOVANI MADEIRA