Em entrevista ao Grande Jornal o diretor administrativo da secretaria municipal de Saúde de Picos, Bruno Luz, afirmou que a greve dos médicos continua. Segundo ele, o desembargador considerou as alegações do município e determinou que 70% dos profissionais retornem ao trabalho, mas a decisão não foi cumprida por parte do Sindicato dos Médicos.
“A greve continua. Nós tivemos uma decisão em que o município judicializou a greve. Foi um dissídio coletivo de greve no tribunal de justiça do Piauí, e na ocasião o desembargador considerou as alegações do município”, disse o representante da pasta.
Bruno explicou ainda que os médicos atendem apenas um dia na semana e em um único turno alegando a greve, mesmo depois da decisão do retorno de 70%.
“Nós tivemos uma denúncia de que os profissionais estavam atendendo uma vez na semana. Médicos do Programa Saúde da Família, a carga horária pelo regulamento do Ministério da Saúde são de 40 horas, ou seja, seriam dois turnos manhã e tarde todos os dias, mais eles estavam atendendo apenas um dia da semana e um turno alegando a greve”, pontuou.
O diretor administrativo conta que o Ministério Público foi acionado e que em uma reunião com a promotora, onde estiveram presentes o Sindicato dos Médicos e a secretaria municipal de Saúde, ficou acertado que os profissionais estariam nas unidades todos os dias ao menos um horário, até o término do movimento grevista.
“A promotora solicitou à secretaria de Saúde que emitisse uma portaria regulamentando essa carga horaria e estabelecendo um cronograma de atendimento dos médicos por UBS. Cada UBS que o médico atende e o horário deles, se é manhã ou se é tarde, mas todos os dias da semana. Essa portaria foi assinada pela secretária, foi publicada no Diário Oficial dos Municípios e enviada para a promotora pois ela própria iria fiscalizar unidade por unidade. Só que essa semana já recebemos várias denúncias de que os profissionais médicos não estão cumprindo a carga horária estabelecida ”, explicou.
Bruno conta que os médicos que não cumprirem a carga horaria determinada, será cortado o ponto e não receberão o benefício de incentivo por produção.
“Nós vamos tomar as providências, pois, a promotora deixou bem claro na reunião: eu vou fazer minha parte, vocês como gestores façam a de vocês. Faltou? Corta o ponto. Não tem produção? Não recebe o incentivo por produção que eles recebem. Então assim temos nossa equipe de fiscalização para ver se está sendo cumprida e a promotora de justiça tem a equipe dela”, disse.
Confira a entrevista – Bruno Luz