Continua a mobilização da associação de Amigos Protetores dos Animais de Picos (Apapi) em protesto contra a morte de vários animais domésticos por envenenamento no bairro Junco. Neste domingo (1º), integrantes da ONG estiveram novamente na Praça Valquíria Neiva para se manifestar contra o extermínio dos animais e, paralelamente, realizar uma feira de adoção.
O presidente da entidade, Felipe Coelho, conta que a organização protetora recebeu a denúncia da morte de pelo menor 16 animais, entre cães e gatos, por envenenamento. A partir de então, a Apapi iniciou uma mobilização jurídica para levantar provas e punir os culpados.
“As pessoas chegam a essa situação pelo desespero, são centenas de animais abandonados em suas portas, invadindo seus lares, e infelizmente as únicas atitudes que podem tomar é colocar dentro de uma caixa e dar descarte ou ter atitudes mais drásticas como esta, de envenenar, imaginando que através deste tipo de ação ele vai acabar com o problema”, avalia o protetor.
Crime contra os animais
A situação não é tão simples de se resolver. A advogada e voluntária da Apapi Jocyara Bernardes diz que caso o responsável pelo envenenamento dos animais seja identificado, responderá criminalmente pelas mortes.
“Não sabemos ao certo como foi, o que sabemos é que apareceram em algumas residências e foram apontados diversos relatos, alguns suspeitos, porém nada concreto ainda. Criminalmente, existe a punição e procuraremos os métodos cabíveis, acionaremos o Ministério Público para prosseguir com a ação”, ressalta a advogada.
Já com relação às sanções previstas em lei para este tipo de crime, Jocyara explica que as punições acabam sendo brandas em razão da existência da teoria de que o animal não é sujeito de direito.
“A punição se reduz por este fato, porque o meio ambiente em si, ele é protegido em benefício da raça humana, então devido o animal não ser objeto de direito, já reduz a pena”, lamenta a advogada, apontado que as ONGs protetoras dos animais se movimentam para que a pena seja aumentada e também gere a reclusão.
Adoção responsável
Paralelo ao protesto, o grupo realizou uma feira de adoção de animais no bairro Junco. A adoção responsável, segundo os protetores, é fundamental para garantir o bem estar do animal e do seu proprietário no futuro.
Adenilton Carvalho destacou as principais orientações para as pessoas que desejam adotar um animal. Segundo ele, o primeiro passo é ter a certeza de que o novo lar está realmente preparado para receber o novo integrante.
A estudante Maria Madalena visitou a feirinha e adotou um cão. O amor pelos animais a motivou a acolher o filhote. “Sempre amei os animais, principalmente os que não tem lar, eles não sabem se virar sozinhos e precisam das pessoas para cuidar. As pessoas criam e depois largam na rua, isso não é justo”, disse.
“Muitas vezes as pessoas acham bonito, mas esse achar bonito não é suficiente, tem que saber que o animal um dia vai crescer, vai tomar espaço na casa e necessitará de uma boa alimentação, medicação e de um bem-estar no novo lar”, lembra Adenilton Carvalho.
A Apapi ainda não conta com um espaço físico próprio para receber os animais cedidos para adoção, mas as redes sociais vem sendo o ponto de mobilização para campanhas de adoção, resgate e contribuições para custear tratamento de animais abandonados.