Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostrou que o Piauí registrou 122.290 focos de incêndios florestais entre 2013 e 2024, ficando em sexto lugar no ranking nacional. O estudo “Incêndios Florestais e seus Impactos nos Municípios Brasileiros” revela que, no período, o Brasil contabilizou mais de 2,3 milhões de ocorrências, com prejuízos de R$ 3,3 bilhões e 24,7 milhões de pessoas afetadas.
Em resposta ao cenário, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh) informou que reforçou, em 2025, as ações de prevenção e combate. O número de brigadistas passou de menos de 900 para mais de 1.500 em atuação em 116 municípios. A secretaria também mantém monitoramento diário via satélite e uma portaria que proíbe incêndios florestais em todo o estado. Segundo dados do INPE, essas medidas já resultaram em redução de 11% no número de queimadas em relação ao ano anterior.
Com a alta incidência histórica e a vulnerabilidade climática da região, o Piauí segue no centro das discussões sobre a necessidade de mais investimentos, tecnologia e pessoal qualificado para enfrentar os impactos crescentes dos incêndios florestais.
Foto: CNM
Apesar do alto número de registros de focos de incêndios, o Piauí figurou entre os estados com menor prejuízos causados pelos incêndios, com apenas R$ 242 mil de perdas acumuladas nos últimos dez anos analisados.
De acordo com os dados, 2024 foi o ano mais crítico da série histórica, concentrando 278,2 mil focos, 12% do total do período, e causando perdas de R$ 2,1 bilhões — 65,4% de todo o prejuízo acumulado nos últimos 12 anos. No mesmo ano, 19,2 milhões de pessoas foram impactadas, número superior à soma de todos os anos anteriores.
O estudo aponta ainda que os incêndios no Brasil estão fortemente associados a fatores climáticos extremos, como estiagens prolongadas, altas temperaturas e fenômenos como El Niño e o aquecimento anormal do Atlântico Norte, além da ação humana, especialmente queimadas agrícolas sem controle adequado. Setembro, agosto e outubro concentram dois terços das ocorrências no país, coincidindo com o período de seca.
Foto: CNM
Apesar da gravidade dos números, a execução orçamentária federal em prevenção e combate ficou aquém das necessidades. Entre 2013 e 2024, foram autorizados R$ 2,3 bilhões, mas apenas R$ 1,5 bilhão foi efetivamente pago, correspondendo a 67% do previsto.
A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) reforçou em 2025 as ações de prevenção e combate ao fogo no Piauí. O número de brigadistas quase dobrou: passou de menos de 900 no início do ano para mais de 1.500 atuando em 116 municípios, garantindo equipes capacitadas em mais da metade das cidades piauienses.
Além disso, a Semarh monitora diariamente os focos de calor por satélite, o que possibilita resposta imediata, e mantém em vigor portaria que proíbe incêndios florestais em todo o estado.
Essas medidas já apresentam resultados: segundo o INPE, o Piauí registra em 2025 uma redução de 11% no número de queimadas em comparação ao ano passado.
No recorte estadual, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Pará responderam por 75% dos prejuízos financeiros. Já o Piauí, embora tenha ficado em sexto lugar em número de focos, registrou R$ 242 mil em perdas diretas no período.