Em Jaicós, não há mais como disfarçar a ruptura política entre o ex-prefeito Neném de Edite (PSD) e o atual gestor, Wesley Bispo (PSD). A relação, que já vinha trincada, se despedaçou de vez. O ex-gestor concedeu entrevista à Rádio Clube FM e confirmou que rompeu politicamente com o sobrinho e afilhado político. Agora, a dúvida é: como ficará a situação dos integrantes do grupo que foi formado e liderado por Neném? Resta saber quem aceitará “sentar na sarjeta debaixo do sol quente” e quem preferirá “mamar nas tetas da viúva”.
Inevitável
Desde o início da gestão, percebeu-se que a parceria não deu liga. O deputado Georgiano Neto (PSD) atuava como bombeiro: sempre que surgia um foco de crise, intervinha para debelar as chamas. O acordo era de que ambos apoiariam Georgiano para a Câmara Federal e Toninho de Caridade para a Assembleia Legislativa. Porém, recentemente, Neném de Edite mudou de ideia e se alinhou à deputada Simone Pereira. Já nesta sexta-feira (26), o prefeito declarou apoio ao ex-governador Wilson Martins (PT). No próximo ano, tio e sobrinho vão medir quem realmente detém mais força política na “terra do galo”.
Três forças
O cenário político se desenha com três blocos: o ex-vereador Mávio Silveira (MDB), liderando a oposição tradicional; o atual prefeito, à frente do grupo governista; e o ex-prefeito Neném de Edite, que articula a formação de um novo grupo. Resta aguardar o próximo pleito municipal para ver como cada um se posicionará.
Recusa
Na Câmara Municipal de Picos, um projeto de decreto legislativo, proposto pelo líder Afonsinho (Progressistas), tem gerado polêmica. A proposta concede ao senador Ciro Nogueira (Progressistas) a Medalha Coelho Rodrigues, maior honraria do município. Para ser aprovada, a matéria precisa das assinaturas dos 17 vereadores. No entanto, o vereador Wellington Dantas (PT) se recusou a assinar. Caso mantenha sua posição, o rival histórico do PT não receberá a homenagem.
Afonsinho declarou em alto e bom som que, se o colega não mudar de ideia, deixará de assinar projetos semelhantes de qualquer outro vereador nesta legislatura. Resta saber se os demais parlamentares intermediarão para convencer o petista a ceder. Nos bastidores, comenta-se que Wellington consultará seu partido antes de decidir.
Disse sim
A vereadora Valdivia Santos, também do PT e atual líder do partido na Câmara, assinou o projeto. Fica a dúvida: ela consultou a sigla antes de assinar? Caso contrário, poderá ser repreendida?
Remendo
Para evitar impasses como esse, os vereadores Hugo Victor (MDB) e João Rufino (PSD) apresentaram uma emenda à lei que criou a comenda.
Fácil
Se aprovada, a mudança tornará a concessão da medalha “fácil, extremamente fácil”, como na canção da banda Jota Quest. A partir de então, bastará maioria simples para aprovar a honraria, dispensando unanimidade.
Haja empenho
Apoiadores do deputado licenciado Thales Coelho (sem partido) prometem empenho para ampliar sua votação em Picos. Um dos mais entusiasmados é o suplente de vereador Gilson Nogueira (PSD), que declarou estar disposto até a subir em “pé de mandacaru” em busca de votos para ajudar na reeleição do parlamentar.
Lavanderia
Logo após o resultado das últimas eleições, começou em Picos uma verdadeira “lavanderia” de acusações. Vereadores eleitos e derrotados afirmam que foram traídos por cabos eleitorais e denunciam líderes que teriam fracionado votos.
Quase
Nesta semana, durante uma dessas discussões, por pouco a situação não saiu do controle. Um vereador, sentindo-se traído, se irritou com uma liderança comunitária, que jurou inocência e negou ter feito “papel de Judas”.
Registrado
O bate-boca foi registrado em vídeo por um observador atento da cena política local. Ele garante que pode até aumentar as histórias, mas nunca inventa. E a coluna alerta: os políticos devem ficar atentos, pois “a câmera do olheiro” funciona como a do Big Brother Brasil — ligada 24 horas por dia.
Focado
O deputado licenciado Nerinho (PT) afirmou não acreditar que a Assembleia Legislativa manterá 30 vagas na próxima legislatura. Para ele, o número deve cair para 24. Confiante no trabalho à frente da Secretaria de Defesa Civil, articula apoio para garantir sua permanência no parlamento.
Conseguiu apoio
Nerinho também conquistou o apoio da líder política Deusivânia Ferreira, conhecida como “Boneca”. Candidata à Câmara Municipal na última eleição pelo PL, ela obteve 514 votos (1,12% dos válidos). Após dialogar com outros deputados, optou por integrar o grupo de Nerinho.
Por um triz
Segundo fontes da coluna, em um município conhecido pelo povo que “fala alto”, a relação política entre o prefeito e o ex-prefeito está por um fio. O motivo do possível rompimento seria a intenção do gestor de apoiar o governador Rafael Fonteles (PT), que disputará a reeleição no próximo ano. A tendência é que, no ano vindouro, a configuração política local sofra um giro de 180 graus.