Uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (22), na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), discutiu a grave seca que atinge o estado e que já levou quase 130 municípios a decretarem situação de emergência. O encontro reuniu deputados, prefeitos, representantes do Governo do Estado, da concessionária Águas do Piauí, responsável pelo abastecimento de água e esgoto, além de outros setores envolvidos.
O debate tratou das medidas adotadas pelos gestores municipais para minimizar os impactos da estiagem e das ações do Governo do Estado para garantir água tanto nas áreas urbanas quanto nas zonas rurais, assegurando ainda a continuidade das atividades agrícolas e da pecuária.
O secretário estadual de Planejamento, Washington Bonfim, destacou que o Executivo estadual já vem executando medidas emergenciais em municípios críticos.
“Fizemos uma prestação de contas das ações realizadas até o momento, explicamos o papel da Microrregião de Água e Esgoto (MRAE) e da agência reguladora, e informamos que a Águas do Piauí vai ampliar seu atendimento também para a zona rural. Já temos containers de 70 mil litros instalados em cidades como Fartura e Marcolândia, e, por determinação do governador, iniciaremos agora a atuação em 19 municípios mais afetados. Nossa maior preocupação é justamente a zona rural, diante da estiagem mais intensa do ano”, afirmou.
O deputado estadual Gustavo Neiva (Progressistas) defendeu que o momento é oportuno para a execução de medidas estruturantes.
“O governador já reconheceu que resolver o problema da seca pode custar entre R$ 2 e R$ 3 bilhões. Coincidentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a liberação de um empréstimo de R$ 3 bilhões para o Piauí. Ou seja, o governo tem agora a faca e o queijo na mão para enfrentar definitivamente essa situação”, disse.
O diretor-presidente da Águas do Piauí, Guilherme Dias, também apresentou as ações emergenciais em curso. Segundo ele, a concessionária realizou um levantamento das principais demandas em todo o estado e já iniciou intervenções de curto prazo.
“As medidas estão sendo executadas em todos os 12 territórios de desenvolvimento. Algumas cidades, como Simplício Mendes e Paes Landim, já tiveram o abastecimento regularizado. Entre as ações previstas estão a perfuração de 63 novos poços em 50 dias, a revitalização de mais de 200 poços, a instalação de seis estações móveis de tratamento de água e de 12 reservatórios móveis de 70 mil litros”, explicou.
Um contrato de R$ 20 milhões por ano será antecipado para reforçar o atendimento da zona rural no período mais crítico da estiagem.
O atendimento com carros-pipa também será reforçado. O processo será semelhante ao modelo do Exército: os prefeitos deverão acionar a MRAE, que encaminhará as demandas para a Águas do Piauí. A diferença é que a própria concessionária disponibilizará caminhões e instalará estações móveis de tratamento para garantir que a água transportada seja potável.