O Piauí enfrenta um dos períodos mais críticos de estiagem dos últimos anos. A escassez de chuvas, intensificada entre os meses de fevereiro e abril, tradicionalmente os mais chuvosos para o estado, comprometeu a safra agrícola e afetou diretamente o abastecimento de água em diversas regiões, especialmente no Território da Serra da Capivara.
De acordo com a Secretaria de Defesa Civil do Piauí (Sedec), o único mês com registros significativos de precipitação em 2025 foi janeiro. Desde então, o estado acumula um déficit de 40% nas chuvas. “Quando avaliamos o número de dias sem chuva a cada mês, o cenário torna-se mais dramático ainda. No trimestre de fevereiro a abril, cada mês ficou com média entre 20 a 25 dias secos. Tivemos um déficit de 200mm abaixo da média esperada”, alerta Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação da Sedec.
O impacto da estiagem já forçou o decreto de situação de emergência em 126 municípios. Segundo o Monitor de Secas, 75 dessas cidades enfrentam condições de seca extrema, exigindo ações imediatas para mitigar os efeitos à população e à produção rural.
Ações do Governo
Em resposta ao agravamento da crise hídrica, o Governo do Estado tem investido em diversas frentes para minimizar os efeitos da seca. Entre 2023 e 2025, os investimentos em obras e ações de enfrentamento à estiagem somam R$ 350 milhões.
Uma das principais iniciativas é a implantação de sistemas de dessalinização, que já garantem acesso diário a quase 180 mil litros de água para cerca de 15 mil pessoas no semiárido. A meta é atingir 103 sistemas, beneficiando 18.372 moradores.
Além disso, a Operação Carro-pipa, coordenada pela Sedec, recebeu R$ 8 milhões em investimentos e atua no abastecimento de água em 54 municípios, com o apoio de 193 caminhões-pipa.
Também está em andamento a construção de cisternas por meio de convênio entre o Governo do Estado e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS). Já foram entregues 198 unidades, de um total de mais de 4,4 mil previstas.