Após a aprovação da primeira vacina contra a chikungunya pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta segunda-feira (14), o Ministério da Saúde anunciou que irá solicitar a sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS). O pedido será formalizado à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), responsável por analisar a viabilidade de novas tecnologias na rede pública de saúde.
Caso a inclusão seja aprovada e a produção seja viabilizada, a vacina será integrada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), com aplicação prevista para a população adulta a partir dos 18 anos. Essa medida representará um avanço no combate à doença, que afeta milhares de pessoas em todo o país.
Desenvolvida pelo laboratório franco-austríaco Valneva, em parceria com o Instituto Butantan, a vacina é pioneira no Brasil. O pedido de aprovação havia sido submetido à Anvisa em dezembro de 2023. Estudos clínicos de fase 3 conduzidos no Brasil e nos Estados Unidos demonstraram alta segurança e eficácia imunológica, com produção de anticorpos neutralizantes em 98,8% dos participantes da pesquisa brasileira, coordenada pelo Instituto Butantan.
Além disso, um segundo pedido está em análise na Anvisa para aprovação de uma versão do imunizante formulada, liofilizada e rotulada no Brasil, o que poderá reduzir os custos e facilitar sua incorporação ao SUS.
A chikungunya é uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da zika. A doença provoca sintomas como febre alta e dores intensas nas articulações, podendo evoluir para quadros crônicos de dor em algumas pessoas. Introduzido no Brasil em 2014, o vírus está presente em todos os estados. Até o dia 14 de abril de 2025, o país registrou 68,1 mil casos e 56 mortes confirmadas pela doença.
Dado o impacto significativo da chikungunya na saúde pública, a inclusão da vacina no SUS poderá representar um marco na prevenção e no controle da doença no Brasil.