Na noite dessa quarta-feira (02) estudantes, professores, representantes de instituições educacionais e moradores de Picos se reuniram em uma manifestação para reivindicar melhorias no transporte público municipal. O ato foi realizado na Praça Félix Pacheco, no centro da cidade.
Com faixas e cartazes em mãos, os manifestantes denunciaram as más condições da frota de ônibus disponível, que, segundo eles, está sucateada, sem estrutura adequada e incapaz de atender às necessidades básicas da população. A precariedade dos veículos, que frequentemente quebram durante os trajetos, tem prejudicado principalmente estudantes e trabalhadores que dependem do transporte diariamente.
O professor do Instituto Federal do Piauí (IFPI), em Picos, Jader Abreu, destacou as dificuldades na frota de ônibus e justificou o protesto. “Nós tivemos aqui vários anos da empresa KB e, a cada ano, a qualidade do transporte foi se deteriorando ainda mais até que a Polícia Rodoviária Federal aprendeu os ônibus, que já tinham vários problemas. [...] Todo dia, recebemos relatos dos nossos alunos e da população dizendo que continuam acontecendo [os mesmos transtornos]. Os ônibus continuam sucateados. O Tribunal de Justiça deu 15 dias para a KB resolver e o que nós estamos vendo é que não está sendo resolvido.”
Segundo o professor, os moradores estão se organizando para a formação de uma comissão de defesa do transporte público de qualidade. Uma das reivindicações é a ampliação das rotas de circulação dos coletivos pela cidade. “Queremos ser ouvidos pela empresa [KB Transportes], pela Prefeitura, pelo Tribunal de Justiça e pelo Ministério Público. [...] Hoje foi o primeiro movimento e nós estamos montando uma comissão para sermos ouvidos. A gente vai tentar crescer a cada novo ato, no intuito de buscar sermos ouvidos.”
Outra luta dos manisfestantes é a gratuidade do transporte público para os estudantes. O acadêmico do curso de história da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Victor Batista, destacou o alto valor das tarifas de ônibus tanto para os alunos quanto para os demais cidadãos.
"Temos uma das tarifas mais altas do Brasil, que é R$ 5,00, e a gente paga ônibus sucateado, que não tem ar-condicionado e não tem o devido cuidado com o trabalhador e com o estudante que usa ele. E a gente, como estudante, também temos uma das tarifas mais caras do Brasil, que é R$ 2,50."
Já o estudante do IFPI, João Fernandes, comentou sobre a indignação dos estudantes com o atual serviço. “Estamos pagando por um serviço que não tem um custo-benefício porque estamos arriscando a nossa vida sem segurança. A gente arrisca a nossa vida todo dia tentando ir para a faculdade [...] e não temos o básico. A gente não sabe, por exemplo, os horários dos ônibus e pagamos um valor extremamente caro por um serviço que não cumpre o básico.”