A região de Picos vive um momento de grande preocupação entre os pequenos produtores rurais. Com o período chuvoso irregular e o avanço dos focos de incêndio nas áreas agrícolas, a escassez de pasto tem colocado em risco a subsistência de inúmeras famílias da agricultura familiar.
Segundo Francisco Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Picos, a situação é crítica. “Com a pouca chuva, a forragem foi muito reduzida. E os incêndios, que infelizmente acontecem todos os anos de forma generalizada, destroem o pouco que restou, prejudicando ainda mais a criação de animais”, relata.
De acordo com ele, a dificuldade de manter os rebanhos é crescente, pois comprar ração para suplementar a alimentação dos animais tornou-se financeiramente inviável para muitos produtores. “A preocupação é grande. Muitos criadores estão sendo obrigados a vender parte dos rebanhos ou até encerrar as atividades, o que é péssimo para a agricultura familiar, que tem na pecuária uma fonte essencial de renda”, afirma.
Pereira destaca ainda o impacto social da situação. “A criação de animais é o que ajuda a manter as famílias na zona rural. Mas diante dessa conjuntura — pastagem escassa, incêndios constantes e custo elevado de alimentação — muitos estão abandonando essa prática”.
A expectativa é de que a situação se agrave nos meses mais secos, entre agosto e setembro. O sindicalista tem orientado os criadores a se prepararem o máximo possível, embora reconheça as limitações. “A nossa luta é para que esses agricultores tenham condições mínimas de manter seus rebanhos vivos até a chegada das próximas chuvas”, finaliza.
CONFIRA A ENTREVISTA COM TITO