O presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren), Antônio Neto, em entrevista ao Grande Jornal –transmitido pelas rádios Grande FM e Difusora AM – afirmou que virá à Picos acompanhar o andamento das investigações acerca da morte do técnico de enfermagem Edigar da Silva Santos, assassinado enquanto prestava plantão em uma clínica médica em Picos.
“Nós já acionamos a nossa procuradoria jurídica, a nossa fiscalização e estamos nos deslocando hoje para a cidade de Picos para averiguar de perto quais foram as circunstâncias que ocorreu esse fato lamentável do óbito do nosso colega de profissão, o auxiliar de enfermagem, o senhor Edigar”, disse.
Antônio Neto fala que um dos pontos a ser questionado da unidade de saúde é a razão de um paciente supostamente esquizofrênico ter sido internado em uma clínica que não atende pessoas com diagnóstico de problemas mentais.
“Temos informações preliminares de que esse paciente é um paciente esquizofrênico, mas nada oficial, não tivemos acesso ao prontuário do paciente. Nós também iremos apurar porquê esse paciente foi admitido nessa clínica, tendo em vista que lá não é uma clínica para atender esse tipo de paciente com transtornos mentais. E saber também se nessa clínica tinha segurança, se os profissionais de enfermagem que lá estavam prestando assistência de enfermagem, se eles tiveram algum tipo de treinamento para lidar com esse tipo de assistência, enfim, vamos verificar in loco todas essas circunstâncias hoje ainda”, destacou.
O presidente ainda falou que o homicídio ocorrido com um profissional da área de enfermagem no cumprimento de suas atividades, é algo totalmente atípico já registrado pelo conselho. Ele disse que já foram registrados casos de agressões verbais e até físicas, mas segundo ele, de forma bem pontual. “Eu tive até conversando com colegas do Conselho Federal, que representa a enfermagem à nível de Brasil, e este é o primeiro caso de profissional que vem a óbito por um paciente”, acrescentou.
Antônio Neto ainda afirmou que o prontuário profissional do técnico de enfermagem assassinado em Picos, foi analisado e não há nenhum registro que conste qualquer indisciplina por parte de Edigar da Silva Santos enquanto profissional de saúde.
“Não há nenhum registro de que ele já respondeu a qualquer procedimento ético-disciplinar, que responde ou já respondeu, era um profissional realmente que tinha uma conduta ilibada, um profissional que exercia com dignidade sua profissão”, completou.
O presidente do Coren-Pi reiterou que uma sindicância será aberta para apurar as condições de trabalho dos profissionais na unidade de saúde e, caso haja necessidade, será aberta uma representação nos órgãos de fiscalização federal, como o Ministério Púbico Federal e Justiça Federal.
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