Crianças de 0 a cinco anos de idade foram as maiores vítimas de queimaduras em 2019. Os dados são do Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Em todo o ano, 186 pacientes deram entrada na Unidade de Tratamento de Queimados da unidade de saúde, sendo que 66 dos casos envolveram atendimentos pediátricos relacionados a acidentes domésticos.

Denyberg de Oliveira Santiago, gerente da Unidade de Tratamento de Queimados do HUT, explica que a maioria das crianças sofreram queimaduras de 2º grau e ficaram em média 15 dias internadas. Os acidentes mais comuns ocorreram pelo derramento de líquidos aquecidos, queimaduras chamadas de escaldaduras.

“As crianças geralmente sofrem queimaduras de 2º grau, consideradas intermediárias- nem tão leves, nem tão graves”.

O médico alerta para o fato de que grande parte dos acidentes em casa envolvendo queimaduras em crianças poderiam ter sido evitados.

“A grande maioria das queimaduras em crianças poderiam ser evitadas. Geralmente, esses casos ocorrem na cozinha ou em locais de preparação e consumo de alimentos, onde há fogão, água quente, recipientes alimentos aquecidos. Às vezes, a criança por curiosidade abre a porta do forno, sobe em cima do fogão ou puxa os cabos das panelas e com isso derrama em si líquidos aquecidos como leite, café, sopa, feijão. Cozinha não é lugar de criança”, alerta o médico.

CUIDADOS BÁSICOS EVITAM ACIDENTES

O gerente da Unidade de Tratamento de Queimados do HUT explica que a quantidade de líquido que é derramada sobre a criança vai definir a extensão da área corporal queimada e a gravidade do caso dependerá da quantidade de pele acometida.

“Quanto maior a quantidade de pele queimada, mais grave será a queimadura”.

“Cuidados básicos evitam acidentes como usar as bocas do fogão mais próximas da paredes, não colocar os cabos da panela virados para frente, evitar usar toalhas de mesa para que a criança não puxe e acabe derramento tudo em cima de si”, alerta o médico.

O QUE FAZER E O QUE NÃO FAZER DIANTE DE UMA QUEIMADURA 

Se o acidente já ocorreu, Denyberg de Oliveira explica que o indicado é resfriar com água a área afetada e por até dez minutos.

“Afastar o mais rápido possível das fontes de calor, resfriar as áreas queimadas com água corrente, seja no chuveiro ou torneira. Se for queimadura muito extensa não deixar muito tempo. Já as queimaduras de pequeno porte deixar por até dez minutos para resfriar evitando que a queimadura se aprofunde. Além disso, retirar roupas e adereços sobre as áreas afetadas e levar para uma unidade de saúde”, orienta o especialista.

Ele alerta que aqueles conhecidos produtos caseiros como pasta de dente, manteiga, ovo ou álcool só pioram a situação.

“Esses produtos podem aderir na pele e ao chegar ao hospital, o médico vai precisar retirar esse produtos para avaliar melhor a área queimada, o que acaba sendo mais doloroso sem necessidade. O correto é resfriar com água corrente, cobrir com um paninho limpo e levar para o hospital para ser avaliada”, concluiu o médico.

O levantameto do HUT repassado ao Cidadeverde.com mostra ainda que pacientes homens foram os que mais se envolveram em acidentes com queimaduras. A maioria das lesões foram provocadas com substância quente totalizando 97 ocorrências. Outras causas também figuraram as causas de queimaduras como fogo (57 casos), choque elétrico (02) e outros (30).

Graciane Sousa
gracianesousa@cidadeverde.com