Ao menos 12.211 crianças de até seis anos de idade no Brasil ficaram órfãs de um dos pais vítima da Covid-19 entre 16 de março de 2020 e 24 de setembro deste ano, segundo levantamento da Arpen Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), entidade que representa os cartórios de registro civil do país.

O relatório foi feito por meio do cruzamento de dados dos CPFs nos registros de nascimentos e de óbitos que constam do Portal da Transparência do Registro Civil com a série histórica do estudo Estatísticas do Registro Civil, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o levantamento, 25,6% das crianças de até seis anos que perderam um dos pais na pandemia não tinham completado um ano de idade. Já 18,2% tinham um ano; 18,2%, dois anos; 14,5%, três anos; 11,4%, quatro anos; 7,8%, cinco anos; e 2,5%, seis anos. São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará e Paraná foram os estados que mais registraram óbitos de pais com filhos nessa faixa etária.

Os números mostram ainda que 223 pais faleceram antes do nascimento dos filhos, enquanto 64 crianças até a idade de seis anos perderam pai e mãe vítimas da Covid-19.

Neste ano, a pandemia fez o Brasil bater outros recordes mórbidos. Em abril, a Região Sudeste registrou mais óbitos do que nascimentos pela primeira vez na história. O fato inédito se repetiu naquele mês na cidade de São Paulo, a mais populosa do país.

R7