Os detentos da Penitenciária Major César Oliveira, na BR-343, Norte do Piauí, realizaram uma rebelião durante visita íntima na tarde desta terça-feira (2). Cinco presos e dois agentes penitenciários ficaram feridos. Não há confirmação de mortos. A Secretaria de Justiça ainda não se posicionou sobre a rebelião.

Segundo as visitas, um preso doente teria solicitado medicação e não foi atendido, causando revolta entre os detentos. Familiares contaram que um inspetor do presídio atirou no pé de um interno e os presos se rebelaram. Já a Polícia Militar contou que um agente penitenciário ficou ferido por um disparo acidental da própria arma, o que gerou uma confusão.

“Um inspetor atirou no pé do preso, causando revolta dos outros detentos, que começaram a quebrar as grades do presídio, invadiram a parte administrativa e a direção . Os agentes entraram atirando com balas de borrachas e nós [as visitas] fomos retiradas com a ajuda dos próprios presos de lá”, declarou a esposa de um detento, que preferiu não se identificar.

Alguns detentos aproveitaram a confusão para fugir, mas alguns foram recapturados pela polícia, que não informou o número de presos foragidos. Nove equipes dos batalhões de Teresina, BPRone, Gate, Cavalaria, Tropa de Choque foram acionadas e tentaram controlar a situação dentro do presídio. Enquanto isso, as famílias aguardavam do lado de fora da unidade.

Segundo o comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, Ivanaldo, dois carros foram incendiados e o prédio depredado. Ele contou que a rebelião começou por causa de um disparo acidental de um agente penitenciário.

“Cinco presos foram baleados quando tentavam fugir e dois agentes ficaram feridos, sendo que um deles foi baleado na perna ao manusear a própria arma e ela disparar, e o outro foi atingido por uma pedrada na cabeça. Todos formaram encaminhados para o hospital”, informou.

Agente ficou ferido após ser atingido por uma pedrada — Foto: Divulgação/Sinpoljuspi

De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), 200 presos fugiram da unidade durante a rebelião. Eles teriam levado duas armas da unidade e um revólver de um servidor. Atualmente a penitenciária abriga 665 detentos do regime semiaberto.

“As condições que os presos vivem aqui deixam eles bastante revoltados. Falta estrutura na unidade, esgoto a céu aberto, lixo acumulado, as celas superlotadas. A segurança da penitenciária é feita por uma cerca de arrame, que se encontra danificada há anos e os presos aproveitam isso para fugir ou praticar crimes”, disse Kleiton Holanda, presidente do Sinpoljuspi.

Famílias foram retiradas pelos próprios presos durante rebelião na Major César.

Fonte: G1 Piauí