Na manhã de ontem (12) foi realizada a aula inaugural do Laboratório Maria da Penha, no Cine Teatro da Assembleia Legislativa do Piauí. A palestra abordou o tema “Mulher Negra na Sociedade” e foi ministrada pela professora Luciana Farias, presidente do Conselho dos Direitos da Mulher. Estiveram presentes coordenadores e alunos dos cursos de Enfermagem, Direito e Psicologia. A aula inaugural teve o objetivo de discutir questões sobre a violência que a mulher sofre diariamente.
O Laboratório é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM), em parceria com o Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID). Tathyana Bernardes, apoio à Gerência de Empoderamento Feminino e Enfrentamento à Violência contra a Mulher, destacou em sua fala a importância de reconhecer quais fatores estruturais fazem algumas pessoas como mulheres negras, por exemplo, serem socialmente excluídas ou inseridas à margem da sociedade.
“Em que momento nós lemos homens negros e mulheres negras na faculdade? Eu lembro que eu tive um contato com Paulo Freire, em uma ou duas disciplinas, mas o contato é pouco. Então espero que o laboratório instigue vocês e a gente que está dentro de uma política pública a esses questionamentos, e que sirva para posteriormente, quando estivermos no campo de trabalho, refletirmos sobre essa desigualdade social”, ressaltou Tathyana.
De acordo com Francisco de Jesus, promotor de justiça NUPEVID, o projeto acarreta uma importante responsabilidade social para todos os envolvidos. “Como futuros profissionais, temos que saber que curar a dor dessa mulher que sofre violência não é a única solução, mas buscar saber as causas dessa violência e encaminhá-la à rede de proteção é o que realmente importa. Se a cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência, nós enquanto sociedade, família, poder público, temos o poder de fazer afirmativas contra a violência”, afirmou.
Ascom