A estimativa da safra de soja de 12 Estados do Brasil que respondem por quase a totalidade da produção nacional foi reduzida para 101 milhões de toneladas dos 117,3 milhões previstos antes dos efeitos da severa seca que atinge as principais regiões produtoras, desde dezembro de 2018. O Piauí está entre as três unidades federativas mais afetadas, perdendo 20% da produção, conforme informações da Folha de São Paulo.
A avaliação é da Aprosoja Brasil, que representa produtores no país, o maior exportador global da oleaginosa. “Caso não volte a chover nos próximos dias, intensificam-se essas perdas. A situação é um pouco mais grave do que as consultorias estão passando”, afirmou à Reuters Bartolomeu Braz, presidente da Aprosoja, ao comentar números fechados na última sexta-feira (1º/02).
Na sexta-feira, por exemplo, a consultoria FCStone reduziu a projeção de safra do Brasil para 112,2 milhões de toneladas, ante 116,3 milhões de toneladas na previsão de janeiro. Segundo dados do Refinitiv Eikon, áreas do Centro-Oeste, Sudeste e Sul continuarão a receber chuvas abaixo da média histórica no início de fevereiro.
Braz afirmou que a previsão da associação engloba a safra de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Tocantins, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que produziram quase 98% da safra brasileira na temporada passada.
Na pesquisa da Aprosoja não aparecem Estados como Rondônia e Pará, que produziram juntos 2,6 milhões de toneladas na temporada passada. A produção em Rondônia, por exemplo, não foi atingida pela estiagem, explicou Braz.
PARANÁ, BAHIA E PIAUÍ
As maiores perdas registradas pela Aprosoja estão no Paraná, onde a produção cairá 30% ante a projeção inicial, para 13,7 milhões de toneladas. Na Bahia, o recuo projetado é de 20%, assim como no Piauí. Em Goiás, a redução na safra será de 17%.
Mesmo o Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, verá perdas de 8%, para 29,5 milhões de toneladas. Segundo Braz, a pesquisa sobre as perdas de safra foi feita por técnicos da associação nos estados, assim como por produtores, que já estão colhendo a produção.
Fonte: OitoeMeia