A ambientalista Jacqueline Lustosa, militante da causa animal a frente do Instituto Cágado de Barbicha, ong de proteção para animais silvestres, traz um triste diagnóstico da matança de animais nas estradas do Piauí. O período da chuva leva os animais para as estradas, o que culmina em atropelamentos de várias espécies.

A ambientalista explica os fatores que levam os animais a atravessarem as pistas. “Nesse período de chuva, onde a natureza tem frutas e há o acasalamento dos animais, eles acabam caindo na pista. As BRs são largas e muitos animais terminam atropelados. Muitas espécies são vitimadas, como raposas e mambiras. Corujas, répteis, mucuras, carcarás, soins e tucanos também são encontrados”, lamenta Jacqueline Lustosa.

Jacqueline pede placas de sinalização. “A solução para isso são placas, que é algo barato para o governo e caro para nós, do Cabar. Nos preocupamos com a fauna do Piauí e Teresina. Esses animais podem sumir e prejudicar a cadeia alimentar, que pode causar prejuízos para os seres humanos por conta desse desequilíbrio. Os animais espalham sementes e tem uma grande importância ecológica”, acrescenta a ambientalista.

O Instituto Cágado de Barbicha funciona sem apoio público e privado. “Nós não temos grandes apoios. Nossa arma é gritar. Socorro, fauna do Piauí! Socorro, fauna de Teresina! Já acionamos o DNIT e a Secretaria do Meio Ambiente. Já solicitamos em Teresina, O governo mesmo não parece estar preocupado, mas nós estamos. Somos a única ong que faz esse trabalho aqui, embora não tenhamos nem mesmo uma sede. É uma obrigação do poder público”, frisa Jacqueline.

Os motoristas devem estar atentos para não atropelar os bichos. Dirigir com atenção é fundamental. “Nossa orientação aos motoristas é que tenham atenção para não atropelar os animais. Além disso, tem a questão da captura. Muitos caminhoneiros capturam os animais, embora seja proibido maltratar e capturar. Está na lei. Precisamos sinalizar as leis nas estradas”, considera a militante da causa animal.

Procurada pela reportagem neste domingo (25), nem o DNIT-PI nem a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) apresentou retorno até o final desta apuração.

Meio Norte