O candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, xingou e deu um empurrão leve em um homem que fez uma pergunta durante uma entrevista em um evento de campanha em Boa Vista, Roraima, neste sábado (15).
Luiz Nicolas Maciel Petri, que é jornalista e tem uma produtora que presta serviços para o candidato ao Senado Chico Rodrigues (DEM), perguntou a Ciro se ele reafirmava o que disse “sobre brasileiros que fizeram aquela manifestação na fronteira, que [ele] chamou os brasileiros de canalhas, desumanos e grosseiros”.
Irritado, Ciro xinga e dá um leve empurrão em Petri, depois manda tirá-lo do local e prendê-lo, dizendo que ele é “do Romero Jucá”.
“Vai para a casa de Romero Jucá, seu filho da puta. Pode tirar esse daqui, esse aqui é do Romero Jucá. Romero Jucá. Tira ele, tira ele, prende ele aí”, respondeu Ciro.
Questionado sobre a confusão em evento no Parque Ibirapuera, em São Paulo neste domingo (16), Ciro disse que “apareceram lá uns provocadores, mas acho que se deram muito mal”.
A assessoria do candidato diz que Petri não é jornalista e que foi lá apenas com a intenção de provocar Ciro. Ainda segundo a assessoria, o homem trabalha para o senador por Roraima Romero Jucá (MDB).
Em seu perfil em rede social, Petri disse que estava cobrindo o evento com Ciro para o seu programa de TV e que levou um soco na barriga.
“Apenas fiz uma pergunta. Lamento que um candidato a presidente tenha esse tipo de atitude e que tenha uma candidata ao senado aqui de Roraima que o apoie”, escreveu.
Petri apresenta o programa “Saldo Positivo”, na TV Tropical, afiliada do SBT em Roraima, que trata de “empreendedorismo, novos negócios e gestão”, segundo a descrição do próprio Petri.
À reportagem, ele disse não ser funcionário da TV Tropical. “Tenho um horário comprado, o meu programa é terceirizado, pago com patrocinadores privados. Não tem nenhum patrocinador da iniciativa pública, eu não tenho cargo comissionado na esfera federal, estadual, nem na municipal”.
Petri é proprietário da agência homônima ao seu programa Saldo Positivo Comunicação e Marketing, que, segundo o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), recebeu R$ 70 mil pelo prestação de serviços para o candidato do DEM ao Senado Chico Rodrigues.
“Realizei vídeos para o candidato Chico Rodrigues, do Democratas, e continuo produzindo, mas não tenho gestão alguma sobre a campanha dele. A linha editorial, as palavras, o que o Chico Rodrigues fala – nada disso nós fazemos”, afirmou à reportagem.
Ele disse não saber por que Ciro afirmou que ele era ligado a Jucá. Segundo Petri, sua produtora fez vídeos para os candidatos a deputado estadual de Roraima da coligação que inclui o MDB, partido de Jucá. Ele, no entanto, afirma não ter feito nenhum trabalho para o senador do MDB.
“Você pode olhar na minha casa, no meu carro, na minha empresa, eu não tenho material de candidato algum. Eu não faço campanha para absolutamente ninguém, sou apolítico, sou apenas um empresário”, disse Petri.
Ele disse ainda que estava no evento como jornalista e que fez apenas uma pergunta “que estava entalada na garganta de toda a população de Roraima”.
Questionado pela reportagem se conhece Petri, Jucá afirmou que “todo mundo em Roraima conhece todo mundo”, mas destacou que ele trabalha para a afiliada do SBT, que pertence a Luciano Castro (PR), seu “adversário nessa eleição” ao Senado.
Chico Rodrigues, Jucá, Castro e a candidata do PDT (partido de Ciro) ao Senado pelo estado, Angela Portela, estão entre os principais concorrentes às duas vagas de senador por Roraima.
A assessoria de Ciro acusou ainda Jucá de ter mandado cortar a energia da Rádio Folha, em Roraima, durante uma entrevista que ele estava dando ao vivo no sábado.
“Eu não mando na energia da Venezuela e nem na do Brasil. Mas essas quedas são provenientes da Venezuela”, disse Jucá.
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