Os atrasos e até mesmo cancelamentos de entregas de correspondências e encomendas pelos Correios têm se tornado cada vez mais comuns. É o caso do estudante de medicina Abimael Oliveira Silva, que decidiu cancelar o pedido de um produto comprado na Suíça, após esperar mais de dois meses pela entrega pelos Correios.

O estudante relata que o produto foi comprado no dia 10 de abril através de um site internacional de compras. Segundo ele, o pedido chegou ao Brasil no dia 24 do mesmo mês e até o momento não foi entregue ao destinatário.

“Lá em Curitiba, chegou no centro de processamento e desde o dia 4 de maio diz que o endereço foi insuficiente para a entrega, que vai atrasar ou retornar. Fui até a agência do Riverside e um funcionário conferiu no sistema deles que o pedido estava retornando para a central, para ser devolvido, apesar de não aparecer essa informação no rastreamento”, relata o estudante, acrescentando que todas as informações foram preenchidas corretamente.

O estudante conta ainda que uma reclamação foi feita aos Correios, mas até o momento nenhum retorno foi dado pela empresa. Por conta disso, o estudante decidiu cancelar o pedido junto ao site e exigiu um estorno do valor pago. “Eu desisti de tentar importações, porque vi que não é caso isolado. Há outros problemas até para quem recebe, como a forma de taxação, que é baseada no achismo do agente que recebe seu pacote na alfândega”, afirma.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect/PI), Edílson Rodrigues, o atraso na entrega das correspondências e encomendas é ocasionado pela carência de servidores e pela falta de estrutura para atender a demanda. Com a onda de privatizações de empresas públicas federais, os funcionários dos Correios temem que o sucateamento da empresa seja proposital para justificar uma desestatização. “Nós queremos que a empresa seja responsável e lucrativa, mas que continue como uma empresa pública”, destaca o presidente.

O presidente do Sintect/PI afirma que a Superintendência Regional dos Correios está ciente dos problemas, mas que nenhuma medida foi tomada até o momento. “A Superintendência Regional não está tendo mais competência para sanar o problema, e muito menos Brasília”, alega.

O O DIA entrou em contato com os Correios para saber o posicionamento da empresa acerca das denúncias, mas não obtivemos retorno até a publicação deste material. O ODIA reitera que o espaço continua aberto para quaisquer esclarecimentos.

O Dia