A greve da Polícia Civil no Piauí iniciada na terça-feira (03/04) completa uma semana. Segundo Constantino Júnior, Presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpolpi), o empasse entre a categoria e o Governo do estado continua e ele reclama que a atenção devida ao caso não está sendo considerada pelos governantes.
Nesta quarta-feira (11/04), os agentes irão na Assembléia Legislativa do Piauí (Alepi) questionar o projeto que visa transformar o cargo de escrivão no cargo de agente e a ação não foi discutida com o Sindicato. A grande diferença salarial entre cargos como o de delegado em comparação com os policiais também é uma das reivindicações da classe. “O governo não tem sentado conosco e discutido”, finaliza Constantino Júnior.
Em resposta, a Assessoria do Governo do Piauí confirmou ao OitoMeia o envio de uma proposta de votação à Assembléia na semana passada, mas que o reajuste não pode ser dado por causa da legislação eleitoral.
“Ontem não possível a votação da proposta enviada mas está sendo vista se ainda é possível essa votação. A gente trabalha com prazos eleitorais e não é permitido algum reajuste em período eleitoral”, esclareceu.
Com a greve, estão suspensos serviços de utilidade pública como investigações criminais, serviços de registros de ocorrências, com exceção de casos de homicídio, latrocínio, estupros e crimes violentos contra crianças e idosos.
PROTESTO RECENTE
No dia da deflagração da greve (03/04), os servidores fizeram um protesto e destacaram os principais problemas da crise no sistema de segurança pública do Estado. Vários fatores impulsionam a paralisação e a fadiga contra o sistema. O piso salarial dos militares do Piauí está em negociação há 4 anos e a discrepância de salário, comparado a cargos mais altos na hierarquia, se juntam com o risco diário da profissão na luta contra o crime.
O reajuste é a maior pressão sob o Governo no momento. “Eles novamente nos empurram para esse precipício. Qual a realização que a gente tem? Qual a realização que esse governo fez para nós? Quem está na rua somos nós. Damos a nossa vida pela segurança pública, mas não somos ouvidos. Por isso estamos aqui. Eles falam em outras propostas de segurança, ao mesmo tempo, que desconstroem a nossa instituição. Que outro órgão atende a população de forma desburocratizada? que funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano se não somos nós?”, indagou na época Major Diego ao OitoMeia.
Fonte: OitoMeia