Por Bianca Vasconcelos* e Nájla Fernandes (TV Cidade Verde)

No dia 25 de novembro, data internacional dedicada ao combate da violência contra a mulher, o Piauí se deparou com dois casos que colocam em evidência a necessidade urgente de combater esse tipo de crime e para isso é necessário que as vítimas denunciem os supostos agressores.

Um dos casos aconteceu na última segunda-feira (20), quando a justiça autorizou que o suspeito de tentar matar uma esteticista com 19 facadas, respondesse em liberdade. 

O segundo caso envolveu um professor do Instituto Federal do Piauí (IFPI) que aparece em um vídeo, divulgado nas redes sociais agarrando e tentando beijar uma adolescente de 16 anos. Ele foi solto mediante pagamento de fiança no valor de R$ 6,6 mil e aplicação de medidas cautelares.

Esses são exemplos de violência, que só tiveram conhecimento da população por conta da coragem das vítimas em fazer a denúncia, mesmo com o risco da soltura de seus agressores. Isso destaca a importância crucial de denunciar abusos, seja pela própria vítima ou por testemunhas que têm conhecimento da violência praticada.

Denúncias 

O Núcleo de Defesa das Mulheres da Defensoria Pública do Piauí registrou mais de 1.600 primeiros atendimentos. A expectativa é encerrar 2023 com 8.000 procedimentos, destacando o crescente número de mulheres que buscam apoio diante de situações de violência.

A defensora pública Verônica Acioly ressaltou a evolução do núcleo desde 2004, anterior à Lei Maria da Penha. No entanto, destaca que ainda há muito a avançar, especialmente no sistema de justiça, para que a perspectiva de gênero seja plenamente assimilada pelos operadores do direito.

“Acho que a gente está em um processo de evolução. Eu sou esperançosa; situações que eram vistas como naturais hoje não são mais, felizmente, mas ainda temos muito o que avançar, principalmente no sistema de justiça, para que essa perspectiva de gênero seja assimilada pelos operadores do direito”, afirmou Verônica.

A delegada Nathalia Figueiredo relata que um dos motivos que levam uma pessoa a não denunciar é o receio de ter sua identidade revelada, mas afirma que a descrição da identidade é mantida.

“A identidade do denunciante é preservada. O que acontece é que muitas pessoas acabam não realizando a denúncia porque são vizinhos, são parentes e têm o receio de se envolver. O Disque 180, por exemplo, ao denunciante, ele tem a sua identidade preservada, então não temos essa desculpa de dizer ‘não vou denunciar porque não quero me envolver’”, disse a delegada da mulher, Nathália Figueiredo.

Em nota, o Tribunal de Justiça, disse que não se manifesta sobre casos concretos.

Alguns canais de denuncia:

  • Disque 180 – Canal de denuncia especifico para violência doméstica
  • Disque 100 – Canal dos Direitos Humanos
  • Disque 190 – Policia Militar
  • Aplicativo Salve Maria

* Estagiária sob supervisão

Cidade Verde