A recente sequência de mortes em Teresina tem mobilizado Forças de Segurança no Piauí a adotarem estratégias para frear a criminalidade violenta. O delegado-geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, se refere aos sucessivos assassinatos como uma “guerra entre criminosos”, crimes facilitados pela alta circulação de armas de fogo que será combatida no estado.

“É uma guerra de criminosos contra a sociedade? não. É uma guerra de criminosos entre eles próprios que estão se matando […] estamos trabalhando para identificar pessoas que estão saindo do sistema prisional, para saber se tem algum rival, se tem alguma ameaça de morte, essa questão de faccções”, disse Keiko.

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

“Uma grande parte das pessoas que estão morrendo tem algum envolvimento com o crime […] mas tem que ser repreendido pois pode bater à porta de qualquer um de nós […] estamos trabalhando no sentido de reprimir a prática desse crime através do instrumento mais usual que é a arma de fogo, focando justamente no cumprimento a mandados de busca e apreensão”, completa o delegado-geral.

Nessa luta contra o crime, ele cita o auxílio imprescindível da população que pode auxiliar as polícias Civil e Militar através de denúncias anônimas realizadas on-line.

“Se alguém sabe de algum indivíduo que praticou homicídio que tem arma de fogo ou quem usa arma de fogo de forma irregular para assaltar ou sabe que é traficante e tem uma arma de fogo na boca de fumo, denuncie. Isso tem sido muito importante para a polícia fazer apreensões significativas, a exemplo das duas submetralhadoras que a Depre interceptou através de denúncias anônimas. É um canal que a população fica resguardada, através do sigilo, e ajuda a polícia a combater esses crimes”, destaca o delegado-geral.

Luccy Keiko também citou a reunião com representantes das especializadas, incluindo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para definir estratégias que freem a criminalidade violenta.

Foto: Renato Andrade/ Cidadeverde.com

“Para frear a onda de morte e para que o DHPP tenha como produzir investigação com mais tranquilidade. Investigação de homicídio não é simples. As investigações do DHPP são de excelência onde levam elementos concretos de provas. Nesse contexto, já dialogamos com o delegado Baretta [coordenador do DHPP] para aumentar o grau de resolutividade que já é bom, mas queremos melhorar ainda mais. Ele repassou o que precisaria e estamos aumentando a infraestrutura do DHPP para que possa produzir mais, com maior resolutividade e em tempo mais célere”, disse Keiko.

Ele também destacou o fortalecimento da parceria com o Ministério Público e a Justiça para o enfrentamento ao crime no sentido de dar maior celeridade para expedição de medidas cautelares.

“Você chegar a identificar um um autor de homicídio, que é um indivíduo que pode estar solto com potencial de fazer novas vítimas, você tem que prender ele rápido. A gente dá até o exemplo de um casal que tinha mandado em aberto. Na época não se conseguiu prender  e infelizmente foram se vingar e mataram a criança“, relembra o delegado.

Foto: Renato Andrade/

“Percebemos essa falha e pedimos que os mandados de prisão, logo que forem expedidos, e a autoridade que requereu não conseguir dar cumprimento imediatamente, que esse mandado fique aberto para consutla pública para não correr o risco da Polícia Militar encontrar um indivíduo desses e liberar sem saber que tem um mandado de prisão pra ele. Que isso fique no Banco Nacional de Mandados”, acrescenta Keiko.

Entre as propostas tratadas com o Judiciário, no fim de 2022, estão a criação de uma Vara contra Organização Criminosa e de uma coordenação de relações institucionais com a Segurança Pública.

“Para que nós dialogássemos e estabelecéssemos prioridades. Se o que tá afligindo a sociedade é um indivíduo que tem cinco ou seis processos, que tá saindo e matando e roubando, ele tá mostrando que o estilo habitual da vida dele  é o crime. Então, ele tem que ter o tratamento diferenciado. Não tem o mutirão para julgar réus presos por excesso de prazo? porquê não tem um mutirão para julgar, de forma prioritária, crimes de homicídio, roubo e latrocínio, que são os que causam um dano maior. Acredito que o secretário vá continuar essa política, semeada no final da gestão do governo Regina Sousa,  e acredito que essa proximidade com o Ministério Público e Justiça para mostrar que não podemos deixar esse indivíduos avançarem”, propôs o delegado-geral da Polícia Civil do Piauí.

Fonte: Cidade Verde