O Piauí registrou, em média, três linchamentos ou tentativas de linchamento por mês ao longo deste ano, segundo a Rede de Observatórios de Segurança. Entre fevereiro e julho, o estado contabilizou 21 casos, um aumento de 61% em comparação aos seis meses anteriores. Os dados foram disponibilizados nesta quinta-feira (6).
O linchamento caracteriza-se como agressão até a morte contra suspeitos de crimes. O ataque, feito por duas ou mais pessoas, é motivado por revolta. A pesquisa divulgada também monitora a segurança pública dos estados Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
“Linchamentos são respostas da sociedade que desacredita do sistema de justiça e resolve os problemas com as próprias mãos em um ato bárbaro. As principais vítimas são meninos negros vistos como suspeitos e que mereceriam um corretivo”.
“Ao olharmos os números absolutos, São Paulo é o estado com mais casos (39) entre agosto de 2021 e julho de 2022, porém, o Piauí, com cinco casos a menos, é o estado que mais preocupa, já que sua população é dez vezes menor que a paulista”, diz trecho do estudo.
A Rede de Observatórios de Segurança destacou ainda o contingente policial do Piauí, que conta com apenas seis mil policiais, aproximadamente, para atuar nos 224 municípios.
O Piauí registrou, em média, três linchamentos ou tentativas de linchamento por mês ao longo deste ano, segundo a Rede de Observatórios de Segurança. Entre fevereiro e julho, o estado contabilizou 21 casos, um aumento de 61% em comparação aos seis meses anteriores. Os dados foram disponibilizados nesta quinta-feira (6).
O linchamento caracteriza-se como agressão até a morte contra suspeitos de crimes. O ataque, feito por duas ou mais pessoas, é motivado por revolta. A pesquisa divulgada também monitora a segurança pública dos estados Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
“Linchamentos são respostas da sociedade que desacredita do sistema de justiça e resolve os problemas com as próprias mãos em um ato bárbaro. As principais vítimas são meninos negros vistos como suspeitos e que mereceriam um corretivo”.
“Ao olharmos os números absolutos, São Paulo é o estado com mais casos (39) entre agosto de 2021 e julho de 2022, porém, o Piauí, com cinco casos a menos, é o estado que mais preocupa, já que sua população é dez vezes menor que a paulista”, diz trecho do estudo.
A Rede de Observatórios de Segurança destacou ainda o contingente policial do Piauí, que conta com apenas seis mil policiais, aproximadamente, para atuar nos 224 municípios.
“O baixo número de policiais causa uma série de problemas. Metade desses agentes está na capital e o restante se divide entre os demais municípios, o que deixa um terreno propício para a interiorização do crime. Percebemos que não há um plano de segurança e que a polícia trabalha às cegas. O Estado tem pouco controle sobre a instituição”, apontou a rede de instituições.
“As corregedorias não são suficientes para vetar a brutalidade das ações policiais que focam nas regiões de periferia com maior densidade populacional. Os eventos evidenciaram uma face da insegurança, do medo e das ações violentas contra pessoas que vivem em condições de desigualdade social”, evidenciou o documento.
Quanto à violência contra mulher, a pesquisa indica 136 casos entre agosto de 2021 e julho deste ano, no Piauí. Destes, 42 são feminicídios, 69 tentativas de feminicídio e 23 abusos sexuais.
“Quando olhamos para dentro do estado, essa violência cresce ano a ano sem que existam ações ou um plano para a resolução da questão. As mulheres enfrentam diversas situações de violências, insegurança e desproteção”, ressaltou a pesquisa.
Outros 91 casos de violência contra crianças e adolescentes, como agressão, ameaça, abandono, abuso sexual, negligência e/ou trabalho infantil.
“Assim como a violência contra mulheres, a violência contra crianças e adolescentes acontece em sua maioria em casa e são cometidas por pessoas que têm relações próximas às vítimas. Os dados exprimem uma realidade que há tempos vem se mostrando abissal para os piauienses”, concluiu.
Como foi feito o estudo
O monitoramento é feito pelo Núcleo de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Jovens, da Universidade Federal do Piauí, junto à Iniciativa Negra por uma Nova Política Sobre Drogas; ao Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares; e à grupos das universidades e institutos federais do Ceará e do Maranhão, e da Universidade de São Paulo.
Dados são coletados a partir de veículos de imprensa. O objetivo é monitorar e difundir informações sobre segurança pública, violência e direitos humanos.
Fonte: G1 Piauí