A intenção de compra dos brasileiros na Páscoa caiu 6,7% este ano, em relação a 2021, é o que aponta pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar).
A queda é reflexo da alta da inflação, que atingiu na última sexta-feira (8), a maior taxa para meses de março desde 1994. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 1,62% em março, após alta de 1,01% em fevereiro. É também a maior inflação mensal desde janeiro 2003 (2,25%).
Poder de compra
Segundo o instituto, a retração reflete também o fim do auxílio emergencial, que impulsionou as projeções no ano passado em relação a 2020. De 2019 a 2020, a queda foi 48,3% por conta da pandemia.
“As necessidades e prioridades das pessoas mudaram, e assumindo que os itens sazonais de Páscoa são supérfluos, podem ser deixados de fora dos orçamentos”, disse Claudio Felisoni de Angelo, presidente do instituto.
Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) revelou que os itens mais consumidos na Páscoa tiveram aumento de 3,93% nos últimos 12 meses, bem abaixo da inflação acumulada entre abril de 2021 e março deste ano pelo Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) da FGV, da ordem de 9,18%. O resultado apurado sinaliza também para uma forte desaceleração de preços em comparação ao ano passado, quando a cesta cresceu 25,36%.
De acordo com o economista e pesquisador do Ibre/FGV, Matheus Peçanha, o problema de monções em 2022 e o fim da seca generalizada fizeram os produtos hortifrutigranjeiros assumirem o protagonismo da inflação, diferente do que ocorreu em 2021, quando problemas climáticos e a desvalorização cambial afetaram tanto a produção nacional do campo como os importados.
Preços mais elevados
Entre os produtos que mais subiram, estão os relacionados aos hortifruti, proteínas e importados, como couve (21,50%), batata-inglesa (18,43%), sardinha em conserva (16,44%), azeite (15,63%), azeitona em conserva (14,38%) e bacalhau (11,50%). Matheus Peçanha disse que além do aumento já registrado de 8,33% do pescado fresco e 9,89% dos ovos, os preços desses itens tradicionais pode subir ainda mais.
Com informações da Agência Brasil e G1