As vacinas contra a Covid-19 foram projetadas para reduzir os riscos do desenvolvimento de casos graves, prevenir a hospitalização e evitar as mortes pela doença. No entanto, pesquisadores estimam que as vacinas também poderão trazer impactos positivos, como a redução da transmissão do novo coronavírus.
Um estudo publicado nesta quinta-feira (28) no periódico científico “The Lancet Infectious Diseases” mostrou que pessoas que receberam duas doses da vacina ainda podiam transmitir a infecção para outras pessoas da família e indivíduos não imunizados. No entanto, as pessoas vacinadas se livraram da infecção mais rapidamente em relação aos que não receberam os imunizantes.
A análise contou com a participação de 621 pessoas no Reino Unido, que tiveram infecções leves ou assintomáticas por Covid-19. Os voluntários foram identificados pelo sistema de rastreamento de contatos britânico, entre setembro de 2020 e setembro de 2021.
As informações demográficas e de vacinação foram coletadas no momento da inscrição, e os participantes tiveram testes de diagnóstico molecular (RT-PCR) realizados diariamente para detectar a infecção.
Os resultados apontaram que 25% dos contatos domiciliares vacinados testaram positivo em comparação com 38% daqueles que não receberam as vacinas.
Segundo o estudo, os casos de infecção disruptiva — nome técnico dado à contaminação de uma pessoa por um agente causador de doença para a qual ela foi vacinada — foram semelhantes aos casos de infecção entre os não vacinados.
Os pesquisadores observaram ainda que os dois grupos apresentaram um pico de carga viral semelhante, que é a fase em que as pessoas mais transmitem a doença. Segundo a pesquisa, essa é uma das hipóteses que explicam por que a variante Delta continua a se espalhar apesar da vacinação.
“As vacinas são essenciais para controlar a pandemia, pois sabemos que são muito eficazes na prevenção de doenças graves e morte por Covid-19. No entanto, nossos resultados mostram que a vacinação por si só não é suficiente para evitar que as pessoas sejam infectadas com a variante Delta e a espalhem em ambientes domésticos”, disse o professor Ajit Lalvani, do Imperial College London, no Reino Unido, um dos autores do estudo, em um comunicado.
Como foram feitas as análises