Atendendo mais de 50 municípios vizinhos, o Hemocentro Regional de Picos está com estoque de sangue reduzido. O órgão chegou a registrar, nos últimos doze meses, uma baixa de até 60%.
Segundo a assistente social do órgão, Ana Paula Batista, a necessidade de reforço no estoque é cada dia maior. Ela fala ainda que a pandemia do novo coronavírus fez com que os doadores deixassem de fazer sua contribuição, mas que a demanda aumentou, pois algumas pessoas infectadas pela covid, chegavam, muitas vezes, no hospital com anemia e necessitavam de doação sanguínea.
“A gente vive uma crise no Brasil por conta da pandemia, e com isso, ocorreram as evasões dentro dos hemocentros, as pessoas com medo do vírus, a questão do ‘fique em casa’, houve uma grande evasão dos hemocentros, e houve também a redução do nosso estoque de sangue. A gente precisa ressaltar que, não porque chegou a pandemia, os nossos pacientes deixaram de existir, muito pelo contrário, o que a gente percebeu, foi que com a pandemia, muitas das pessoas que contraíram o covid, chegaram nos hospitais com anemia precisando de transfusão de sangue”, acrescentou.
A assistente social frisou que o órgão necessita, neste momento, de todos os tipos sanguíneos, mas destaca uma preocupação com a falta de bolsas do tipo A+ e A-. “Nós precisamos hoje ter todos os tipos de sangue dentro do hemopi, para que a gente possa atender a nossa demanda, até porque, eu sempre gosto de citar que nós não atendemos só a cidade de Picos, nós atendemos a toda macrorregião, que chega a mais de 50 municípios circunvizinhos”.
A profissional falou que o centro de Picos já chegou a requisitar bolsas de outros hemocentros do estado por não ter o suficiente para atender os pacientes.
“Nós já chegamos a ter 289 transfusões e apenas 72 a 110 doações. Olha o tamanho da quebra. E só conseguimos suprir isso porque nós fazemos um trabalho de rede, e a gente conta com o apoio os demais hemocentros do Piauí, sempre que um está precisando, os outros ajudam, e assim a gente tem conseguido ultrapassar essa pandemia. Mas as pessoas precisam entender que nem sempre os centros de Teresina, de Parnaíba, de Floriano podem estar atendendo a demanda de Picos, é por isso que nós precisamos trabalhar a necessidade de doações de pessoas de Picos e macrorregião”, reiterou.
Ana Paula falou ainda da importância de existirem parcerias com instituições de Picos e região a fim de garantir um número consistente de voluntários. Ela complementou que as universidades, exército, maçonaria, são grandes parceiros, mas que a rede estudantil, por exemplo, que sempre levava um número considerável de voluntários, não tem comparecido para doar sangue devido muitos morarem em municípios vizinhos e terem aulas remotas.
Devido à pandemia, o Hemocentro Regional de Picos está agendando dia e horário para voluntários fazerem as doações. O número é (89) 3421-0704 ou (89) 98801-1717.
Critérios para doar sangue:
Geral
Estar bem de saúde e ter entre 18 e 69 anos. Jovens a partir dos 16 anos já podem doar caso tenham autorização do responsável. O modelo estará disponível no hemocentro.
Não estar em jejum.
Ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas.
Pesar mais de 50kg.
Não ter feito cirurgia de grande porte a menos de seis meses e de pequeno porte a menos de três meses.
Não ter feito tratamento dentário a menos de 7 dias.
Saúde
Não estar grávida ou amamentando (mães que amamentam devem aguardar a criança completar 12 meses de vida).
Em caso de parto normal, aguardar 3 meses; se cesariana, aguardar 6 meses.
Não estar gripado ou ter tido febre nos últimos 7 dias.
Não ter diabetes, cardiopatia e nem ter contraído hepatite após os 11 anos de idade.
Caso tenha tomado vacina contra gripe, deve-se aguardar 48h; as demais vacinas com bactérias/vírus vivos, por exemplo sarampo e febre amarela, deve-se aguardar 4 semanas.
Comportamento
Não ter doado sangue a menos de 60 dias (homens) e 90 dias (mulheres).
Não ter ingerido álcool nas 12 horas antes da doação.
Não ter feito uso de drogas injetáveis ilícitas.
Não ter feito piercing, acupuntura ou tatuagem a menos de 12 meses.
Não ter feito endoscopia ou colonoscopia nos últimos seis meses.