Os infectologistas temem que as viagens de ônibus para as festas de fim de ano agravem ainda mais a pandemia.
Antes de seguir viagem, o ônibus é todo higienizado, como recomendam os protocolos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Só embarca quem está de máscara e o álcool fica disponível para o passageiro. Mesmo assim…
“A gente não se sente segura 100% com isso que está acontecendo. É tudo muito novo”, disse a analista de sistemas Tatiane de Marco.
Mesmo com todos os cuidados, a orientação dos infectologistas é avaliar se a viagem é essencial neste momento. O conselho é não participar nem dos encontros de fim de ano, mesmo que a saudade esteja bem apertada.
Entre janeiro e outubro, o número de viagens de ônibus no país caiu quase pela metade, mas a movimentação deve aumentar neste fim de ano.
“Final de ano a gente tem uma expectativa de Natal e Ano Novo de um aumento de 20% em relação ao mês de novembro”, estimou Hugo Lacerda, representante de Minas Gerais da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre.
A ANTT flexibilizou as regras para viagens internacionais. Brasileiros e estrangeiros podem viajar de volta aos países de origem. Também estão liberados profissionais que atuam em serviços públicos e em atividades essenciais e quem precisa de tratamento de saúde.
A medida preocupa os especialistas.
“Um ambiente fechado, com longo período de contato entre uma pessoa e outra, se tiver alguém contaminado certamente o risco é maior de mais pessoas contraírem o vírus. Portanto, todo tipo de aglomeração não é recomendável neste momento, inclusive dentro de transportes interestaduais, intermunicipais ou mesmo internacionais”, explicou o infectologista Carlos Starling.
O hoteleiro Jorge Fernandes sabe os riscos de viajar no momento, mas ele teve uma forte razão para ir de Belo Horizonte para o Rio.
“Eu vou porque tenho que ajudar minha filha, ela está precisando. A pessoa que ajuda a minha filha, a família inteira pegou Covid. Então, eu vou para ajudar”, contou.