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Acidente em Picos: sobrevivente relata que filha teria pedido socorro até a tarde do domingo

No acidente que ocorreu na noite do último sábado em Picos, cujas vítimas só foram localizadas na manhã da segunda-feira (20), em que três pessoas da mesma família morreram e apenas uma sobreviveu, deixa um sentimento de comoção ainda maior após o inspetor da Polícia Rodoviária Federal de Picos, Jorge Madeira, informar que a senhora Carmen Angélica da Silva Peixoto, de 67 anos, – esposa do motorista (60 anos), mãe de uma jovem (29 anos) e tia da outra vítima (20 anos) -, relatar que sua filha pedia socorro até a tarde do domingo.

“Ela estava muito cansada, muito debilitada, fragilizada e desidratada. Ela apenas pedia água, estava com muita sede, já tinha cerca de 36 horas que ela estava naquele local, sem se alimentar e beber água. Ela, mesmo com a fala fraca, lamentava que tinha três familiares dela dentro do veículo e que ela achava que estavam os três em óbito. Ela é uma pessoa com formação na área de saúde, é enfermeira e ainda chegou a comentar que a filha teria pedido socorro a ela ainda na tarde de domingo, momento que eles ainda não tinham sido encontrados. O veículo estava bem estragado e eles estavam presos às ferragens”, relatou Madeira.

O inspetor acrescentou que a senhora Carmen não tinha condições físicas de subir a ribanceira para pedir socorro, tendo em vista que eles caíram de uma altura de cerca de 60 metros. O PRF contou também que no local não há área de celular, dificultando ainda mais um pedido de socorro.

O resgate

Jorge Madeira disse que após receber ligações de familiares das vítimas, ainda no domingo à noite, preocupados com o paradeiro dos mesmos, agentes da PRF chegaram a fazer buscas na região de Picos, nada foi encontrado e os policiais reiniciaram as buscas, encontrando o veículo capotado no dia seguinte.

A família relatou que o último contato com os viajantes, foi por volta das 19 horas do sábado e que os mesmos iriam pernoitar em Picos para seguir viagem no dia seguinte para Alagoas.

“Eles [os familiares] acionaram a PRF de Picos e pediram que fizessem buscas na região. Esse comunicado chegou à PRF, que tinha esse possível desaparecimento da Amarok preta, por volta das 20 horas do domingo. O local onde o veículo estava é um local de difícil acesso, com muita mata e muito longe da pista e sem nenhuma iluminação artificial e dificilmente uma equipe conseguiria identificar esse veículo durante a noite. Ao amanhecer na segunda-feira (20), mais uma vez a central pediu a realização de buscas, e foi quando, já no clarear do dia, que conseguiram identificar a Amarok, capotada com os pneus para cima”.

Nesta terça-feira (21) a assessoria do Hospital Regional de Picos emitiu uma nota informando a transferência de Carmen Angélica da Silva Peixoto para a cidade de Belém-PA.

NOTA 21 01 2020

CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA COM JORGE MADEIRA