Estudantes da rede privada que completam o ensino médio têm o dobro das chances de ingressar numa faculdade do que alunos da rede pública, mostram dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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De acordo com a pesquisa, que faz um cruzamento de diversos indicadores divulgados pelo órgão ao longo do ano, 79,2% dos estudantes que completam o ensino médio na rede privada ingressam no ensino superior. Na rede pública, esse percentual cai drasticamente — para 35,9%.
Essa diferença não é explicada apenas pela qualidade de ensino das redes pública e privada. Segundo o IBGE, o perfil socioeconômico também exerce influência, uma vez que o rendimento das famílias limita ainda mais o acesso de quem estudou na escola pública.
Além da desigualdade de renda, a racial também se faz presente nesse indicador. Dois estudantes da rede privada, um de cor branca e outro de cor preta ou parda, também têm probabilidades diferentes de ingressar no ensino superior — de 81,9% e 71,6%, respectivamente.
O estudo do IBGE detalhou os motivos que levam pessoas de 18 a 29 anos a não estudar. Do total de brasileiros nessa faixa etária, 52,5% dos homens não estudam porque estão trabalhando ou procurando trabalho. Entre as mulheres, 39,5% não estudam porque cuidam de afazeres domésticos.
A decisão de não estudar tem efeitos sobre o futuro profissional de cada um. Dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é onde mais vale a pena ter ensino superior no mercado de trabalho, segundo a pesquisa do IBGE.
G1